80% dos favoráveis à reforma da Previdência não voltaram ao Congresso

 

Com informações: Jornal do Comércio 

 

 

Cerca de 80% dos deputados federais que votaram a favor da reforma da Previdência em comissão especial da Câmara não conseguiram se reeleger. O levantamento foi realizado por entidades sindicais de servidores públicos que planejam lançar nova campanha em alerta aos atuais e congressistas eleitos contra nova proposta do presidenciável eleito no dia 28 de outubro.

 

 

Segundo o levantamento, apenas 4 dos 23 favoráveis à reforma da Previdência conseguiram se reeleger e um desistiu da disputa, mas ajudou a eleger um parente.  Em contrapartida, dos 14 que votaram contra a matéria, 7 conseguiram se reeleger. Um foi eleito senador, Major Olympio (PSL-SP), que é um dos principais colaboradores de Bolsonaro, e um virou suplente de senador.

 

 

“A campanha ‘Quem votar não volta’ deu certo”, comemorou Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical e do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate). 

 


Vencidos

Entre os que não se reelegeram está o deputado Darcísio Perondi (MDB-RS), um dos principais vice-líderes do governo e escudeiro de primeira linha do presidente Michel Temer.

 

 

A respeito do insucesso eleitoral, Perondi atribuiu o insucesso ao fenômeno Jair Bolsonaro, o candidato do PSL que turbinou candidaturas de norte a sul do País, mesmo sem recursos financeiros.

 

 

Outros cinco que votaram a favor das novas regras para aposentadoria não disputaram as eleições, a exemplo do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), do ministro das Cidades, Alexandre  Baldy (Podemos-GO), e do ex-ministro da Previdência Reinhold Stephanes (PSD/PR).

 

 

Relatores

 

A pecha previdenciária não colou, porém, no relator da matéria, deputado Arthur Maia (PPS-BA). Ele teve mais sorte do que o relator da reforma trabalhista, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), que não se reelegeu.

 

 

Entre os reeleitos contrários à reforma da Previdência estão o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o presidente da Frente Ambientalista, o senador Major Olympio (PSL-SP) – um dos principais apoiadores de Jair Bolsonaro, e o presidente da Frente Ambientalista, Alessandro Mollon (PSB-RJ).

 

 

O senador Armando Monteiro (PTB), ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi nomeado relator do projeto de lei (PL) que regulamenta os distratos, que são desistências nos contratos de compra e venda de imóveis. A expectativa de empresários do setor da construção é que o tema possa ser votado ainda este ano.

 

 

O PL já foi aprovado pela Câmara e aguarda votação no plenário do Senado. O texto prevê multas de até 50% sobre o valor pago pelo consumidor em caso de rescisão do negócio, porcentual considerado alto por representantes de entidades que defendem os interesses dos consumidores, uma vez que, atualmente, a jurisprudência dos tribunais determina uma retenção em torno de 10% a 25%. Caso o texto seja alterado, o projeto terá de voltar para a Câmara.

 

 

Perdas imobiliárias

 

A renovação do Congresso nas eleições deste ano atingiu em cheio o setor da construção e incorporação imobiliária, que perdeu os três principais parlamentares que vinham articulando a aprovação do projeto de lei que regulamenta os distratos São eles: o senador Romero Jucá (MDB), líder do governo no Congresso, e os deputados federais Beto Mansur (MDB) e Pauderney Avelino (DEM), que não conseguiram se reeleger.