A demora na publicação das medidas provisórias que vão autorizar reajustes para o restante das carreiras do Executivo federal tem a ver, em grande parte, com a mudança na forma de remuneração da elite do funcionalismo.
Em outras palavras, a culpa é do subsídio.
Ao eliminar os penduricalhos nos contracheques do pessoal do Banco Central, Receita Federal e dos gestores o governo comprou uma briga consigo mesmo. Resultado: o debate interno acalorado acabou comprometendo a vida de todo mundo que está no bolo das MPs.
A alteração nos contracheques não é coisa fácil. Nem do ponto de vista estrutural, muito menos filosófico. Muita gente na Casa Civil e no Ministério do Planejamento torce o nariz contra essa nova forma de remunerar a turma, mas foi voto vencido.
Algumas razões que pesam contra o subsídio não são de se jogar fora. Com o salário sendo pago dessa maneira, é bom lembrar, os mecanismos de avaliação individual e coletivos ficam bastante prejudicados. Praticamente desaparecem.