Auditores fiscais da Receita Federal prometem paralisar as atividades hoje e amanhã em protesto contra as dificuldades que encontram nas conversas com o governo federal, anunciou a categoria em nota ontem. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) informou que cruzarão os braços os servidores do setor administrativo da Receita, enquanto nas aduanas de portos, aeroportos e zonas de fronteira eles permanecerão em operação padrão, intensificando a fiscalização — o objetivo não admitido disso é causar transtornos aos usuários.
O governo federal ofereceu reajuste salarial de 15,8% a ser pago em três anos para a categoria, e os auditores devem votar em assembleia marcada para quarta-feira se aceitam ou não a proposta. O presidente do Sindifisco, Pedro Delarue, disse que a oferta de reajuste é insuficiente. “A proposta de 5 por cento a cada ano, a partir de 2013 até 2015, faz com que se abra mão da inflação passada”, afirmou em nota divulgada ontem. O Sindifisco anunciou também que haverá paralisação similar de 48 horas nos dias 28 e 29 de agosto. Servidores de várias categorias participaram de protesto ontem na portaria do Ministério do Planejamento.
Em ato simbólico no Aeroporto Internacional de Brasília, cerca de 35 fiscais agropecuários se amarraram para protestar por mudanças estruturais na carreira na manhã de ontem. O protesto começou às 9h30 e durou pouco mais de duas horas.
De acordo com o delegado do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), Fernado Fagundes, o movimento não aceitou a proposta do governo de reajuste de 15,8% por essa não ser a principal reivindicação da categoria.
“Pedimos a incorporação de adicionais ao salário, mais escolas de formação, promoção por meritocracia e concursos”, explica.
Itamaraty volta a parar hoje
Os servidores do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) entraram em greve pela segunda vez em três meses a partir de hoje. A categoria, que inclui diplomatas, oficiais de chancelaria e assistentes de chancelaria, havia paralisado os trabalhos entre 18 de junho e 2 de julho. Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty), o ministério decidiu paralisar novamente os trabalhos depois de o governo federal não ter chamado os funcionários para as negociações realizadas entre 13 e 17 de agosto, período em que o Ministério do Planejamento reuniu-se com outras categorias. Não há jurisprudência que considere as atividades do Itamaraty essenciais para o público e, sem essa determinação, os servidores pretendem parar 100% o trabalho, sem manter o mínimo de 30% dos cargos em serviço.