Autor(es): ROSANA HESSEL
Correio Braziliense – 22/08/2012
Os servidores do Judiciário não se conformam de terem ficado fora do pacote de reajuste salarial oferecido pelo governo e protestam contra as declarações da presidente Dilma Roussef e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que já ganham bem demais. Ontem, um grupo de cerca de 300 funcionários entrou em confronto com a polícia ao tentar invadir a entrada privativa dos ministros no Supremo Tribunal Federal (STF). Forma impedidos pelos agentes de segurança e por policiais que, durante o tumulto, chegaram a jogar gás de pimenta sobre os manifestantes.
Eles ainda tentaram, sem sucesso, ingressar no Palácio pela entrada principal, empurrando as grandes de proteção, e foram novamente contidos pelos agentes. Mas se acalmaram e concordaram em esperar o resultado de uma reunião, no fim da tarde, entre representantes sindicais da categoria e o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Brito. Antes do confronto, eles haviam feito uma caminhada de protesto pelo eixo Monumental.
Segundo Sheila Tinoco, diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União no Distrito Federal (Sindjus), a intenção era cobrar respeito à Constituição e à autonomia orçamentária do Judiciário. “Queremos uma resposta da presidente sobre isso. Já entramos no ano passado com uma Ação Direta de Omissão, para impedir cortes no orçamento. Não entendemos porque ela (Dilma) só negocia com o pessoal do Executivo e não quer dar nada para nós”, destacou. Os sindicalistas foram pedir a Ayres Britto apoio para que o plano de carreira da categoria seja incluído na proposta de lei orçamentária de 2013.
Os trabalhadores reivindicam ainda a aprovação do Projeto de Lei 6613/09, em tramitação na Câmara há dois anos. O impacto do plano de carreira seria de quase R$ 8 bilhões, de acordo com o Sindijus. Os servidores reclamam que estão há seis anos sem reajuste. (Colaborou Vera Batista)