Autor(es): » PRISCILLA OLIVEIRA
Correio Braziliense – 28/08/2012
Os funcionários públicos em greve não se intimidaram com a iminência do fim do prazo para a assinatura de acordos referentes à oferta de reajuste salarial de 15,8%, agendado para hoje. Apesar da expectativa otimista do governo federal, que acredita na aprovação da maior parte dos 30 sindicatos que negocia, apenas um acerto foi assinado ontem. Em greve desde 6 de agosto, os servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foram os únicos a bater o martelo em relação à proposta.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Fiocruz (AsfocSN), Paulo Garrido, além do aumento, a categoria foi beneficiada por proposições direcionadas para a reestruturação da carreira. “Nossa pauta não era apenas de reajuste, mas de melhores condições de trabalho, e, nesse sentido, foi um avanço”, comemorou. Os trabalhadores já retomaram as atividades.
Ao longo da paralisação, garante o AsfocSN, todos os serviços essenciais da Fiocruz foram mantidos, como atendimentos médicos e a produção de vacinas e remédios. De acordo com o sindicato, desde o último reajuste, em 2009, os funcionários da Fundação tiveram perdas salariais de 20% em decorrência da inflação.
Rodoviários
A agenda de reuniões do secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, não parou por aí. Ele recebeu também os representantes da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), que apresentaram mais uma contraproposta. Mas o presidente da entidade, Pedro Cavalcanti, saiu frustrado com a negativa do governo de aumentar o percentual de aumento. “A categoria definiu não aceitar a oferta do jeito que está, já que nesses três anos do reajuste dos 15,8% não será possível renegociar e nós gostaríamos de fazê-lo se a economia crescer”, afirmou.
Haverá um novo diálogo, porém, com as lideranças dos rodoviários para votar sobre a manutenção da greve. “Vou me reunir com a Comissão de Mobilização, mas, a priori, entendo que, se o diálogo se encerra legalmente dia 31, não caberia seguir com a paralisação após esta data. Esse é um processo desgastante tanto para a nós quanto para a sociedade”, ressaltou.
Outras categorias como a dos policiais federais e dos fiscais agropecuários não devem sequer voltar à mesa de negociações hoje, já que, em assembleias feitas ontem, decidiram rejeitar o percentual oferecido pelo governo. Ambas seguem de braços cruzados.
» MRE de volta
à atividade
Mesmo sem votar se aceitam a proposta de reajuste do governo, os servidores do Ministério das Relações Exteriores (MRE) optaram, ontem, por encerrar a paralisação. A decisão foi tomada um dia após uma reunião entre representantes do Sinditamaraty, entidade da classe, e do Ministério do Planejamento, na qual o Executivo teria sinalizado intenção de atender pedidos da categoria como a mudança na forma de pagamento dos salários. A oferta de 15,8% de aumento, em três anos, feita pelo Palácio do Planalto, será levada hoje para votação em assembleia.