RS: servidores aceitam do INSS proposta, mas seguem mobilizados

01 de setembro de 2012 • 15h02 • atualizado às 15h18

Em assembleia realizada neste sábado em Porto Alegre, servidores do INSS do Rio Grande do Sul decidiram aceitar a proposta do governo federal de reajuste salarial de 15,08%, informou o Sindisprev-RS em comunicado. No entanto, por considerarem que o reajuste mantêm distorções e quebra a paridade da categoria, os trabalhadores criticaram a proposta e decidiram pela manutenção da mobilização.

De acordo com o Sindisprev-RS, a categoria aceitou a proposta porque “da forma unilateral como foi construída, não haveria outra alternativa”. Os trabalhadores criticam o reajuste por considerar que ele mantem as distorções geradas pela GDASS (Gratificação de Desempenho de Atividades do Seguro Social) e a quebra da paridade.

A assembleia busca agora criar um fórum nacional de servidores da previdência para discutir a carreira, modelo de atendimento do INSS, pauta de reivindicações de plano de lutas.

O movimento grevista

Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais cresceram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias entraram em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. O Ministério do Planejamento estima que a paralisação tenha envolvido cerca de 80 mil servidores. Em contrapartida, os sindicatos calculam que 350 mil funcionários aderiram ao movimento.

A greve afetou servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, das Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.

Desde março, quando foi iniciado o processo de negociação salarial, foram realizadas mais de 200 reuniões para discutir reajustes, com mais de 31 entidades sindicais. Após apresentar proposta de aumento de 15,8%, dividido em três anos, o governo encerrou no dia 26 de agosto as negociações com os servidores. O prazo limite para envio do orçamento ao Congresso Nacional, com a previsão de gastos com a folha de pagamento dos servidores em 2013, é 31 de agosto.