Sem verba, sem fiscalização. O corte orçamentário de quase R$1 bilhão no Orçamento do segundo semestre de 2013 preocupa os servidores do Paraná e do Rio Grande do Sul. A Controladoria-Geral da União (CGU) foi um dos Órgãos mais afetados pelo contingenciamento (saiba mais aqui). Como consequência, ações de controle foram afetadas. O cancelamento do programa de fiscalização a partir do sorteio de municípios e a restrição de diárias foram os temas mais questionados pela carreira nas duas últimas edições do programa Unacon Itinerante. Os encontros foram realizados nas regionais da Controladoria-Geral da União do Paraná (CGU-Regional/PR) e do Rio Grande do Sul (CGU-Regional/RS) nos dias 8 e 9 de agosto, respectivamente. Rudinei Marques, Márcia Uchôa e Filipe Leão representaram a Diretoria Executiva Nacional (DEN) nos dois dias.
O descontentamento é geral. “Há quem diga que, sem verba para despesas com diárias e viagens, restam apenas atividades cosméticas”, conta Uchôa. “Estamos de acordo e vamos buscar convencer o Governo a amenizar os cortes que prejudicam o trabalho de combate à corrupção”, completa.
As cobranças não param por aí. Além do prejuízo às fiscalizações, os servidores questionam o plano de capacitação anunciado pela CGU. O temor é que o projeto, que previa investimentos pesados em treinamentos específicos e cursos de longa duração fique apenas no discurso. “Somando isso à carência de pessoal que inviabiliza as liberações para qualificação, temos um quadro crítico nessa área de qualificação”, avalia Marques.
ATUAÇÃO SINDICAL
Em Curitiba, Clayton Machado deu boas vindas aos presentes em nome do delegado sindical Adalto Erdmann de Almeida. A reunião teve início com a apresentação de Marques a respeito das várias frentes de atuação do Sindicato. “Estamos trabalhando com afinco para divulgar a importância da nossa carreira. Temos ocupado os mais diversos espaços políticos, reforçamos o diálogo com a Administração e voltamos a atuar no Congresso Nacional. Só no primeiro semestre deste ano, já participamos de três audiências públicas no legislativo, como a alusiva aos 10 anos da CGU. Estamos presentes no MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), no movimento de Auditoria Cidadã da Dívida, no IFC (Instituto de Fiscalização e Controle) e no Fonacate (Fórum Permanente das Carreiras Típicas de Estado)”, comenta.
“O Sindicato está no caminho certo. A defesa das prerrogativas da carreira e o trabalho parlamentar são fundamentais em nossa luta”, diz Clayton, que avaliou a reunião como produtiva.
INSTITUCIONAL
Nem a baixa temperatura registrada em Porto Alegre foi suficiente para esfriar a participação dos servidores, que compareceram de forma expressiva à assembleia geral convocada pelo delegado sindical do Unacon-Regional/RS, Carlos Renato Corrêa Leite. Por lá, Leão fez uma retrospectiva da atuação da atual gestão e comentou, especialmente, da atuação na última Campanha Salarial, com ênfase na recuperação do protagonismo político-sindical, no resgate da credibilidade da entidade, e na relação intersindical e junto à própria carreira. “Desde que assumimos, em setembro de 2011, revertemos a tendência histórica de perda de associados, e já contabilizamos cerca de 200 novas filiações. Isso, por si só, é uma demonstração de confiança no trabalho realizado”, pontuou.
Leão ainda fez um panorama das finanças do Sindicato. O diretor lembrou a importância da contribuição mensal para a manutenção da atuação sindical. “Somos uma entidade de médio porte, mas com grandes demandas. A Campanha Salarial de 2012, por exemplo, consumiu muito dinheiro. O financiamento ocorre tão somente por meio das contribuições mensais. E isto é fundamental”, diz. Sobre a contribuição confederativa, revela que estão estudando uma maneira responsável de extingui-la. “Faremos isso em retorno a uma pauta que vem sendo reiterada, especialmente, pelos colegas de Santa Catarina. Quando concluirmos esse estudo, vamos propor uma reforma estatutária ao Conselho de Delegados Sindicais”, frisou.
Uchôa apresentou uma lista de ações judiciais impetradas pelo sindicato nos últimos anos. “A justiça é lenta, mas os resultados financeiros aparecem e os ganhos têm sido expressivos. Nosso escritório vem obtendo muitas vitórias”, diz.