Clipping 13 de fevereiro

Após confronto com PM, Dilma recebe militantes do MST no Planalto

No encontro que durou pouco mais de uma hora, os manifestantes entregaram uma carta de reivindicações

Autora: Catarina Alencastro
Fonte: O Globo- 13/02/2014

A presidente Dilma Rousseff recebeu na manhã desta quinta-feira militantes do Movimento dos Sem Terra (MST) que participam de Congresso em Brasília. O encontro de pouco mais de uma hora aconteceu um dia depois de os militantes entrarem em confronto com a polícia em frente ao Palácio do Planalto. A presidente se reuniu com um grupo de cerca de 30 pessoas do movimento, que entregou a ela uma carta de reivindicações. Os representantes do MST e do governo federal saíram da reunião com a presidente apresentando dados divergentes sobre o número de assentados no país.

Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, no ano passado foram assentadas 30 mil famílias, enquanto que o comando nacional dos sem-terra diz que apenas 7,5 mil famílias saíram dos acampamentos para um loteamento. Na reunião, que durou pouco mais de uma hora, os militantes do MST cobraram que até o fim do ano as 100 mil famílias que estão acampadas sejam assentadas. Vargas, que estava acompanhado do presidente do Incra, Carlos Guedes, informou que é impossível atender a essa demanda. A capacidade do governo, segundo o ministro, é assentar cerca de 30 mil novas famílias este ano. O governo explicou que a limitação ocorre porque é preciso assentar com qualidade, avaliando as condições da terra e de infraestrutura da região.

— O número que eles demandam é o que eles dizem que tem de famílias acampadas. Seria uma irresponsabilidade nossa dizer que em um ano vamos assentar 100 mil famílias — disse Vargas.

Outra disputa entre o movimento e o governo é sobre a fórmula dos assentamentos. A reforma agrária tem sido feita nos últimos anos principalmente a partir da destinação de terras públicas da União para essa finalidade e com a redistribuição de lotes de assentados que abandonaram as terras. O MST reclama do agronegócio e da concentração de terras no Brasil e reivindica que haja mais desapropriações. O governo assinou no ano passado 100 decretos de desapropriações e em 2014 deve seguir o mesmo ritmo.

— O que o movimento questiona é que nós pedimos um estudo de capacidade de renda, condições edafoclimaticas, a condição da terra, a infraestrutura da região que permita que esse assentamento seja viável para a gente evitar erros do passado de a gente ter assentamentos que não funcionam. Eles entendem que burocratiza, a gente entende que não, que dá qualidade — pontuou Vargas.

— Os números (que o governo diz estar assentando) são inflados. O importante é assentar com desapropriações. Nosso objetivo é assentar as 100 mil famílias. Se o Incra não tem capacidade, que o governo federal dê suporte para que a gente atinja a nossa meta — rebateu Alexandre Conceição, do comando do MST.
Segundo os participantes da reunião, não se falou sobre o confronto entre o MST e a polícia, ontem em frente ao Palácio do Planalto, durante a marcha dos militantes do movimento.

O tumulto resultou em feridos de ambos os lados: 12 sem-terra, segundo o comando do movimento, e 30 policiais, segundo o comando da polícia militar. Oito policiais que estavam em estado mais grave foram atendidos no Hospital Santa Helena e tiveram alta ontem. O dirigente do MST Francinaldo Alves, preso em flagrante na marcha, foi liberado após assinar um termo circunstanciado.

— Respeitamos os movimentos sociais, não criminalizados. Manifestações ordeiras é da democracia, dentro da lei e da ordem, obviamente. Isso é um princípio democrático, é um valor inegociável pra nós — pontuou Vargas.
Segundo Conceição, as manifestações vão continuar ao longo de todo o ano.

A principal demanda do movimento é para que o governo assente as mais de cem mil famílias, que segundo os sem-terra estão hoje acampadas “debaixo de lona preta”, algumas há mais de oito anos. O MST reclama que o ritmo de assentamentos do governo Dilma é o pior desde o fim da ditadura militar, uma média 13 mil famílias são assentadas por ano a partir de desapropriações.

A carta entregue a Dilma também reclama de uma medida provisória do governo que permite a comercialização de lotes da reforma agrária, o que os sem-terra são contra. Outra demanda é a ampliação do Minha Casa Minha Vida para os assentados. O setor teria um déficit de 120 mil residências.

Os sem-terra também se queixam que o Programa Aquisição de Alimentos (PAA), pelo qual o governo federal compra produtos agrícolas de produtores da agricultura familiar só atinge 5% dos camponeses e que é preciso desburocratizar o sistema e ampliar os recursos. Eles também cobram ações de combate ao trabalho escravo e a legalização de terras indígenas e quilombos.

 

 

Sobra de arrecadação de Delúbio vai cobrir multa de João Paulo

Grupo de petistas diz que excedente obtido por ex-tesoureiro vai bancar a multa de R$ 372 mil cobrada do ex-presidente da Câmara e pede doações a José Dirceu

Autor: Edson Sardinha
Fonte: Congresso em Foco- 13/02/2014

Em tempo recorde, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) conseguiu arrecadar os R$ 372 mil que terá de pagar de multa pela condenação no processo do mensalão. O valor foi alcançado com o excedente arrecadado pelo ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, que levantou mais de R$ 1 milhão em campanha pela internet. O anúncio de que o montante foi alcançado ocorre menos de 24 horas após a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal determinar o valor e estabelecer o prazo de dez dias para o pagamento da multa, sob pena de inclusão na lista da Dívida Ativa da União.

Em carta aberta, o Coletivo de Apoio e Solidariedade, que também saldou a dívida do ex-deputado José Genoino (PT-SP), informa que nem precisou por em prática a campanha de arrecadação para João Paulo.

“Isso não é mais necessário porque recebemos os recursos a partir de um repasse do excedente da arrecadação coletiva que foi realizada para pagar a multa imposta ao companheiro Delúbio. Este excedente que recebemos é suficiente para saldar a multa de João Paulo, além de todos os tributos adicionais”, afirmou o grupo.

Na carta, os petistas pedem a quem queria ajudar João Paulo Cunha que deposite o dinheiro em favor do ex-ministro José Dirceu. Ontem aliados de Dirceu lançaram um site de arrecadação, que pretende arrecadar os R$ 971,1 mil que ele terá de pagar de multa. “Contribuir para saldar as multas impostas a Genoino, Delúbio, João Paulo e Zé Dirceu é um ato de solidariedade e também um ato político de crítica e contestação ao julgamento da AP 470, que teve um claro viés político antipetista”, critica o grupo.

Para estimular as contribuições, eles afirmam que todo o processo de doação é acompanhado pelo setor jurídico do PT, “o que garante toda a legalidade, o registro de todas as doações e a transparência nos procedimentos e recursos arrecadados”.

Leia a íntegra da carta divulgada pelo Coletivo de Apoio e Solidariedade:

“Preferimos a dignidade da luta
Estávamos organizados para efetuar uma arrecadação coletiva, com o recebimento de contribuições financeiras, para ajudar a saldar a multa de quase R$ 372 mil imposta a João Paulo. Entretanto, isso não é mais necessário porque recebemos os recursos a partir de um repasse do excedente da arrecadação coletiva que foi realizada para pagar a multa imposta ao companheiro Delúbio. Este excedente que recebemos é suficiente para saldar a multa de João Paulo, além de todos os tributos adicionais.
Queremos agradecer as mais de 3.500 pessoas que ficaram ao lado da verdade e da justiça e fizeram doações para ajudar a pagar a multa imposta aos companheiros Genoino e Delúbio.

Foi a partir desta ampla mobilização coletiva que agora está sendo possível saldar também a multa imposta ao companheiro João Paulo.

Gostaríamos de solicitar a todos que se mobilizaram para contribuir com o pagamento da multa imposta a João Paulo, que façam suas doações na arrecadação que está sendo realizada para saldar a multa imposta ao companheiro Zé Dirceu, acessando o site:
http://www.apoioazedirceu.com

Destacamos que todo o processo de arrecadação coletiva e pagamento das multas e outros tributos, que os companheiros petistas foram obrigados a pagar, esta sendo realizado com o acompanhamento do setorial jurídico do PT. O que garante toda a legalidade, o registro de todas as doações e a transparência nos procedimentos e recursos arrecadados.

Contribuir para saldar as multas impostas a Genoino, Delúbio, João Paulo e Zé Dirceu é um ato de solidariedade e também um ato político de crítica e contestação ao julgamento da AP 470, que teve um claro viés político antipetista. É uma maneira de defender a democracia brasileira de um poder judiciário que está muito longe de cumprir, com competência e isenção, suas prerrogativas constitucionais.

 

 

 

Lei antiterrorismo: preocupado com repercussão, PT blinda Planalto

PT muda o discurso e quer evitar que aprovação do polêmico projeto antiterrorismo no Congresso tenha qualquer ligação com governo, que tem pressa na votação do texto

Autoras: Amanda Almeida e Renata Mariz

Fonte: Correio Braziliense- 13/02/2014

Preocupado com a repercussão negativa do projeto de lei antiterrorismo, que tramita no Congresso, o PT se armou ontem para blindar o Palácio do Planalto de vinculações com a defesa do texto. Em nota, o partido disse que “não pode aceitar qualquer texto legal que não tipifique — com clareza, objetividade e precisão — crimes eventualmente ocorridos no contexto dessas manifestações”. Para especialistas, caso a matéria seja aprovada com a atual redação, há brecha para se enquadrar manifestantes como terroristas.

A ligação entre o governo e o projeto do senador e aliado Romero Jucá (PMDB-RR), que preocupa o Planalto, foi criada pelo próprio PT. Na segunda-feira, quando foi anunciada a morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, atingido por rojão no Rio de Janeiro, senadores do partido se apressaram em cobrar a aprovação da proposta do peemedebista. Jorge Viana (PT-AC) subiu à tribuna para dizer que, caso terrorismo já estivesse no Código Penal brasileiro, “esses bandidos que mataram o jornalista poderiam ter sido enquadrados”.

A mudança de discurso começou na terça-feira depois de conversa entre a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e líderes da base. No mesmo dia, à tarde, senadores repetiram várias vezes que o projeto sobre terrorismo nada tinha a ver com as manifestações. Ontem, o PT resolveu oficializar sua crítica, por meio de nota assinada pelo presidente nacional da legenda, Rui Falcão. “Uma lei vaga nessa caracterização penal atenta contra os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição e poderia servir à criminalização de movimentos sociais, o que seria um inaceitável retrocesso democrático”, registra o documento.

 

 

Ponto do Servidor

Autora: Millena Lopes

Bancários doentes
Em campanha para mapear o “adoecimento” da categoria, o Sindicato dos Bancários do DF divulga levantamento, feito pelo INSS, que mostra que, em 2012, 21.144 bancários foram afastados por doenças relacionas ao trabalho, sendo a maioria deles (27%) por lesões por esforço repetitivo (LER/Dort), seguido de estresse, depressão, síndrome do pânico e transtornos mentais (25,7%).

Estilo de gestão
“Esses riscos estão vinculados à organização prescrita do trabalho e ao estilo de gestão. São duas variáveis que impactam negativamente no sofrimento patogênico, que é outra dimensão dessa pesquisa, com danos físicos, psicológicos e sociais para os trabalhadores. Trata-se de um instrumento, a pesquisa, que permite estabelecer o nexo causal entre o modelo de gestão e os danos que impactam diretamente os trabalhadores”, explica Ana Magnólia Mendes, professora do Instituto de Psicologia da UnB e coordenadora do Programa de Prevenção e Política de Saúde do Trabalhador do sindicato.

Dados nacionais
Em âmbito nacional, o grupo de trabalho que debate as causas do adoecimento da categoria garantiu junto à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) o acesso à informação sobre dados de afastamentos por motivos de saúde, uma reivindicação que vinha sendo feita insistentemente pelos bancários nos últimos anos. Os bancos se comprometeram a fornecer dados sobre afastamentos que geraram benefícios previdenciários, tanto de acidentes de trabalho como por problemas de saúde.

Qualidade de vida para gestantes
O Programa de Assistência Materno Infantil do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) inicia hoje o ciclo de palestras de 2014 para mães, servidoras e magistradas. O tema da primeira palestra será “A formação do vínculo mãe-bebê, o apego e a constituição do sujeito”, ministrado pela psicóloga Karina Rocha, mestre em psicologia clínica.

Harmonia de emoções
O objetivo das palestras é possibilitar uma vivência mais harmoniosa das emoções e manifestações que ocorrem durante a gravidez, momento de incertezas, angústias, alegrias e fantasias.

Participação
Durante o ano de 2013, foram realizadas nove palestras com a participação de 94 servidoras.

Investimento
O TJDFT diz que busca investir de modo contínuo na qualidade de vida de seus servidores, “a fim de garantir uma prestação jurisdicional eficaz aos jurisdicionados”.

Reunião com instrutores
A Escola de Governo do Distrito Federal (Egov) se reúne hoje, às 15h, com cerca de 50 instrutores de formação dos cursos presenciais, dando início ao ano letivo de 2014.

Aperfeiçoamento
A direção da Egov apresentará ações que visem ao aperfeiçoamento pedagógico dos cursos, além de destacar o papel do instrutor no processo de formação e de capacitação dos servidores do GDF.

Participação
O evento contará com as presenças do secretário da Administração Pública, Wilmar Lacerda, da equipe de servidores da Egov e do professor e psicólogo Hélio Lopéz, autor de um artigo sobre a importância da emoção e da subjetividade para a aprendizagem, publicado no livro Transdisciplinaridade e subjetividade: saberes e perspectivas docentes, organizado por Teresa Cristina Siqueira Cerqueira.

Aproximação
Para Jaqueline Filgueiras, diretora-executiva da Egov, esta será uma grande oportunidade de mostrar aos instrutores o impacto da atuação deles na Administração Pública: “Pretendemos acompanhar todo o processo pedagógico de forma mais abrangente e, desse modo, nos aproximarmos cada vez mais dos servidores”.