Clipping 25 de julho

Tesouro emite cerca de US$ 3,5 bilhões em títulos da dívida externa

Instituição não informou, porém, qual montante foi pago em espécie.Spread da operação foi a maior para papel de 30 anos desde 2009

Fonte: G1

A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta quarta-feira (23) que foram emitidos aproximadamente US$ 3,5 bilhões em títulos da dívida externa, denominados em dólares, em operação realizada nos mercados norte-americano e europeu, com vencimento em 2045. Os papéis têm cerca de 30 anos de prazo.

A instituição não esclareceu, porém, quanto deste montante foi recebido em recursos em espécie e o percentual que foi pago com títulos antigos da dívida externa brasileira – que o Tesouro Nacional também recomprou nesta quarta-feira. O governo não informou, portanto, qual o valor que foi de fato captado no exterior e qual a parcela que foi trocada por outros papéis do governo brasileiro.

Taxa de retorno ao investidor e ‘spread’
A taxa de retorno ao investidor da emissão internacional realizada nesta quarta-feira, ou seja, quanto os investidores receberão de juros, ficou em 5,13% ao ano. O valor ficou acima da última captação externa de 30 anos, realizada em novembro de 2011, quando a taxa de retorno ao investidor ficou em 4,69% ao ano. Ficou um pouco abaixo, porém, da operação anterior de 30 anos, realizada em setembro de 2010 – quando somou 5,2% ao ano.

O spread sobre os títulos do Tesouro norte-americano de prazo de 30 anos da operação de hoje, porém, somou 187,5 pontos base – o maior para este prazo de operação desde julho de 2009. Naquele momento, o governo brasileirou pagou um “spread” de 195 pontos base. Em captações de 30 anos realizadas em setembro de 2009, em setembro de 2010 e em novembro de 2011, o spread ficou em 175 pontos base, 142 pontos base e em 160 pontos base.

Referência para empresas
Nas emissões da dívida externa do país, que não podem ser adquiridas por investidores nacionais, o governo capta recursos no mercado externo, mas tem por objetivo principal proporcionar referência para o mercado privado brasileiro em termos de taxas de juros.

Com os resultados das captações do Tesouro Nacional, as empresas podem calcular quanto teriam de pagar para fazer captações de recursos no mercado internacional. Ou seja, servem como referência em termos de taxas de juros. As captações também geram aumento da dívida externa brasileira.

Como funciona
Nas emissões de títulos da dívida pública no mercado externo, os investidores estrangeiros “compram” os papéis e pagam em dólar ou em outras moedas, como euro, ienes, ou até mesmo em reais. Na operação de hoje, também foram aceitos papéis antigos do governo brasileiro no mercado externo. Na data do resgate, recebem o equivalente ao emitido no momento da captação. No meio termo, ou no fim do contrato, recebem juros.

O processo de lançar bônus no mercado internacional funciona como um leilão. Os investidores fazem sua proposta ao governo brasileiro, informando a taxa de juros e a quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro Nacional as aceita ou não.

 

 

 

Mais de 220 mil cargos estão vagos no Poder Executivo

Autoras: Lorena Pacheco e Sílvia Mendonça 

Fonte: CorreioWeb

De acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 223.120 cargos efetivos estão vagos no Poder Executivo. Os dados constam no Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape). O órgão com mais necessidade de funcionários é o Ministério da Saúde, com 60.335 postos desocupados, seguido pelo Ministério da Educação, com 37.279. Em contra partida, trabalham atualmente nos ministérios e Presidência da República, entre servidores estáveis e em estágio probatório, 534.514 funcionários públicos.

Segundo a portaria publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (25/7), o quantitativo de cargos ocupados em comissão e função de confiança totaliza 95.540 – outros 18.329 estão vagos. Os ministérios com mais funcionários desta categoria são da Educação (41.161) e da Fazenda (6.631), seguidos pela Presidência (6.541).

Foi divulgada ainda a quantidade de funcionários temporários, que totalizam 20.922. Destaque novamente para o Ministério da Educação, com 12.357 deles.

De acordo com a assessoria técnica do Planejamento, os dados divulgados não significam a obrigatoriedade de abertura de concurso para preenchimento das vagas disponíveis, porém, gera-se expectativa de preenchimento em algum momento. É preciso destacar, contudo, que a previsão orçamentária para abertura de novos concursos e contratações só será divulgada junto à aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015.

 

 

 

 

BC anuncia mudanças no recolhimento compulsório para estimular o crédito

Com mudanças, Banco Central quer melhorar a liquidez da economia; impacto total estimado é de R$ 45 bilhões

Fonte: O Estado de São Paulo

Apesar de as estimativas para a inflação estarem aumentando, o Banco Central resolveu adotar medidas para estimular o crédito visto que a atividade econômica dá sinais de fraqueza. O BC anunciou nesta sexta-feira, 25, uma série de mudanças nas regras do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo e à vista para dar mais liquidez à economia. Com isso, a projeção é que o mercado de crédito receba R$ 30 bilhões. Ao longo do tempo, o impacto pode aumentar para R$ 45 bilhões.

Neste semana, o boletim Focus reduziu a estimativa de crescimento em 2014 para menos de 1% pela primeira vez no ano. O Banco Central também divulgou uma posição oficial afirmando que as medidas publicadas hoje “em nada alteram as projeções de inflação do BC”. De acordo com o comunicado, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada ontem descreve o cenário de inflação projetado pela instituição.

A taxa do compulsório é o porcentual do dinheiro depositado nos bancos (públicos e privados) que ficam retidos pelo Banco Central. Se o compulsório diminui ou é flexibilizado, os bancos ficam com mais dinheiro para emprestar.

O quadro é muito adverso, com a economia caminhando para uma estagnação, mas a inflação ainda não cedendo e o BC tenta equilibrar as duas situações, diz economista da consultoria Tendências

Segundo o BC, os depósitos compulsórios serão flexibilizados em função da evolução dos recolhimentos compulsórios nos últimos anos, de R$ 194 bilhões ao final de 2009 para cerca de R$ 405 bilhões atualmente. Para se ter ideia de quanto eles cresceram rapidamente, o BC lembra que apenas nos últimos 12 meses eles aumentaram R$ 50 bilhões.

O chefe do Departamento de Normas do Banco Central, Sergio Odilon dos Anjos, afirmou que os bancos terão até R$ 45 bilhões a mais de caixa disponível para novos empréstimos com as medidas publicadas. Além dos R$ 30 bilhões de liberação de compulsórios, o BC projeta que o impacto potencial das medidas, ao longo do tempo, pode chegar a R$ 15 bilhões. “Não pensamos da medida de hoje para amanhã. Temos que aguardar o comportamento da demanda para saber em quanto tempo esses R$ 15 bilhões se transformariam em crédito”, explicou.

O economista se recusou a responder sobre o impacto monetário da medida, que será tratado posteriormente pelo BC. “Os R$ 15 bilhões não entram imediatamente na praça, é um processo. Segundo ele, as minutas publicadas hoje pela autoridade monetária não têm data para entrar em vigor porque ainda serão discutidas, mas disse que as demais medidas referentes a Basileia entram em vigor imediatamente.

Odilon disse que a forma de alocação de crédito está se alterando e que as novas regras de Basileia permitem que se faça uma sintonia fina que abrange a maior parte das modalidades de crédito. “A preocupação é permanente com a alocação de capital no sistema financeiro”, completou.

O BC elencou entre os motivos para a mudança o nível elevado de liquidez esterilizado no Banco Central, a recente moderação na concessão do crédito, a inadimplência em patamares relativamente baixos e o recuo do nível de risco no sistema financeiro nacional. “O Banco Central do Brasil decidiu adotar medidas com vistas a melhorar a distribuição da liquidez na economia”, informou o comunicado da instituição.
Para o economista Sílvio Campos Neto, da consultoria Tendências, a decisão do BC confirma um cenário de ações controversas, com a manutenção da taxa básica de juros em níveis elevados para controlar a inflação e, por outro lado, as medidas adotadas hoje de estímulo ao crédito diante do esfriamento do consumo, ponderou o economista.

“O quadro é muito adverso, com a economia caminhando para uma estagnação, mas a inflação ainda não cedendo e o BC tenta equilibrar as duas situações”, disse.
Medidas. O BC decidiu permitir que até 50% do recolhimento compulsório relativo a depósito a prazo sejam cumpridos com operações de crédito. Ampliou ainda o rol de instituições financeiras elegíveis, de 58 para 134, à condição de vendedoras das operações aceitas para fins de dedução do recolhimento. O BC ainda reduziu, de R$ 6 bilhões para R$ 3 bilhões, o valor do Patrimônio de Referência, Nível I, das instituições elegíveis para utilizar financiamentos concedidos nos termos da Resolução nº 4.170, de 2012, para fins de redução da exigibilidade sobre recursos à vista.

 

 

 

 

Porta-voz de Israel reage e afirma que desproporcional é 7 a 1

Governo brasileiro disse que ação de Israel em Gaza é desproporcional.Porta-voz respondeu com referência à goleada que Brasil sofreu na Copa

Fonte: G1

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, rebateu em entrevista ao Jornal Nacional, exibida na noite desta quinta-feira (24), as críticas feitas pelo governo brasileiro de uso “desproporcional” da força israelense na Faixa de Gaza.
Ele ironizou a declaração do Brasil e fez referência à derrota sofrida pela seleção brasileira por 7 a 1 em partida contra a Alemanha na semifinal da Copa.

“A resposta de Israel é perfeitamente proporcional de acordo com a lei internacional. Isso não é futebol. No futebol, quando um jogo termina em empate, você acha proporcional e quando é 7 a 1 é desproporcional. Lamento dizer, mas não é assim na vida real e sob a lei internacional”, disse Palmor.

Na quarta (23), em nota oficial, o governo brasileiro classificou de “inaceitável” a escalada da violência na Faixa de Gaza e informou quechamou o embaixador em Tel Aviv “para consulta”.

A medida diplomática de convocar um embaixador é excepcional e tomada quando o governo quer demonstrar o descontentamento e avalia que a situação no outro país é de extrema gravidade.

Nesta quinta, o jornal “The Jerusalem Post” publicou reportagem na qual Yigal Palmor questiona a retirada do embaixador e chama o Brasil de “anão diplomático”.

Em reação, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou que, se existe algum “anão diplomático”, o Brasil não é um deles.

Há muitos contatos diplomáticos sendo feitos [sobre cessar-fogo]. Infelizmente o Brasil não faz parte. O Brasil se afastou de todos os movimentos diplomáticos ao convocar seu embaixador”

Yigal Palmor, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel

Em entrevista à TV Globo, Yigal Palmor afirmou ainda que desproporcional seria deixar “centenas de pessoas mortas nas ruas de Israel”.

Quase 800 palestinos, incluindo mulheres e crianças, e mais de 30 israelenses, entre estes 29 soldados, morreram em duas semanas de ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza.

O porta-voz destacou que o que desequilibrou o número de mortos na guerra foi o sistema antimísseis do país.

“A única razão para não termos centenas de mortos nas ruas de Israel é termos desenvolvido um sistema antimíssil e não vamos nos desculpar por isso. Se não tivéssemos esse sistema haveria centenas de pessoas mortas nas ruas de Israel. Isso seria considerado proporcional?”, questionou.

Ao ser perguntado sobre se Israel vê possibilidade de um cessar-fogo com a iniciativa de discussão liderada pelos Estados Unidos, o porta-voz voltou a alfinetar o Brasil.
“Há muitos contatos diplomáticos sendo feitos. […] Infelizmente o Brasil não faz parte. O Brasil se afastou de todos os movimentos diplomáticos ao convocar seu embaixador.

Mas há outros países envolvidos. Um dia desses vai haver um cessar-fogo. A questão é saber quantas pessoas vão pagar com suas vidas pela teimosia e extremismo do Hamas.”

Ataque contra escola
Disparos contra uma escola da ONU em Beit Hanoun, norte da Faixa de Gaza, deixaram mortos nesta quarta. A escola abrigava vários palestinos refugiados, disse o porta-voz do ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qidra.

A autoria do ataque ainda é incerta. O governo palestino o chamou de “brutal agressão israelense”. Israel, no entanto, disse que está analisando o que aconteceu e que um foguete do Hamas pode ter causado as mortes.

 

 

 

Sucesso de Dilma deteriora economia, diz Santander a clientes ricos

Autor: Fernando Rodrigues
Fonte: Portal UOL

O Banco Santander enviou neste mês de julho de 2014 aos seus clientes de alta renda um texto afirmando que o eventual sucesso eleitoral da presidente Dilma Rousseff irá piorar a economia do Brasil.

A análise foi impressa na última página do extrato dos clientes na categoria “Select”, com renda mensal superior a R$ 10 mil. Diz que se Dilma melhorar nas pesquisas de intenção de voto, os juros e o dólar vão subir e a Bolsa, cair.

O texto vem sob o título “Você e seu dinheiro” e orienta os clientes do Santander: um cenário eleitoral favorável à petista reverterá “parte das altas recentes” na Bolsa.

O documento do Santander ao seus correntistas mais abastados contém uma análise que já frequentava o mercado financeiro brasileiro de forma difusa, mas nunca de maneira institucional por um grande banco.

Esse tipo de comportamento do mercado não é novo. Desde a primeira eleição direta pós-ditadura ocorrem interpretações nesse sentido. Em 1989, o empresário Mário Amato deu uma entrevista dizendo que se o petista Luiz Inácio Lula da Silva ganhasse naquele ano, 800 mil empresários deixariam o Brasil.

Em 2002, quando o mercado financeiro novamente ficou apreensivo com uma possível vitória de Lula, o analista Daniel Tenengauzer, do banco Goldman Sachs, chegou a inventar o “lulômetro”, que previa a cotação futura do dólar caso o petista fosse eleito. Tenengauzer acabou repreendido pelo banco, que considerou “leviano” e de “mau gosto” o nome de seu modelo matemático.

O Santander confirmou a autenticidade do documento ao qual o Blog teve acesso. Em nota, disse adotar critérios “exclusivamente técnicos” em suas análises econômicas, “sem qualquer viés político ou partidário”.

O banco reconhece que o texto enviado a seus clientes “pode permitir interpretações que não são aderentes a essa diretriz” (de se ater a análises mais técnicas). A instituição emitiu uma nota na qual pede desculpas ao seus correntistas e diz que adotará providências internas.

De capital espanhol, o Santander é o 5º maior banco e o 1º estrangeiro em atuação no Brasil. Fica atrás de Banco do Brasil, Itaú, Caixa e Bradesco. Em 2000, massificou sua operação de varejo ao comprar o Banespa, o antigo banco estatal que pertenceu ao governo paulista.

Abaixo, a íntegra da nota do Santander:

“O Santander esclarece que adota critérios exclusivamente técnicos em todas as análises econômicas, que ficam restritas à discussão de variáveis que possam afetar os investimentos dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário. O texto veiculado na coluna ‘Você e Seu Dinheiro’, no extrato mensal enviado aos clientes do segmento Select, pode permitir interpretações que não são aderentes a essa diretriz. A instituição pede desculpas aos seus clientes e acrescenta que estão sendo tomadas as providências para assegurar que nenhum comunicado dê margem a interpretações diversas dessa orientação.”