Ataque de Israel a mercado em Gaza deixa 15 mortos
Fonte: Portal UOL
Ao menos 15 palestinos morreram e mais de 150 ficaram feridos em ataque aéreo israelense nesta quarta-feira no mercado de Shejaiya, na faixa de Gaza, informou o Crescente Vermelho.
De acordo com a BBC, um jornalista local identificado como Rami Rayan morreu no ataque.
Segundo fontes palestinas, vários moradores da faixa tinham aproveitado a trégua humanitária de 4 horas anunciada por Israel para fazer compras, e o mercado estava movimentado no momento do ataque.
Testemunhas disseram que várias bombas caíram enquanto as pessoas tentavam fugir do local depois do primeiro bombardeio, relatou a TV NBC.
Porém, essa região não estava entre as zonas contempladas com a chamada “janela humanitária”, prevista para durar das 9h às 13h (horário de Brasília).
O Exército israelense havia alertado que o cessar-fogo não se aplicaria às zonas onde os soldados “estão atualmente em operação” e que os residentes não deveriam voltar para áreas que haviam sido evacuadas.
O anúncio da trégua ocorreu depois que um ataque israelense matou 19 palestinos refugiados em uma escola da UNWRA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina) em Jabaliya, no norte da faixa de Gaza, deixando outros 90 feridos.
Israel disse que militantes próximos à instalação atiraram bombas de morteiro, e as forças israelenses foram obrigadas a revidar, acrescentando que o caso seria investigado.
Desde que começou a ofensiva israelense contra o Hamas em Gaza, em 8 de julho, pelo menos 1.302 palestinos morreram e mais de 7 mil ficaram feridos, segundo fontes médicas palestinas.
Desde meia-noite passada, cerca de 72 palestinos morreram e 200 ficaram feridos durante os incessantes ataques por terra, mar e ar das forças armadas israelenses contra a faixa de Gaza, que se intensificaram nos últimos dias.
Do lado israelense, o conflito deixou 55 mortos, a maioria soldados. (Com agências internacionais)
Rombo na previdência dos Servidores
Fonte: Blog do Servidor/ Correio Braziliense
O rombo da previdência pública, no chamado Regime Próprio de Previdência (RPPS), não pára de crescer, apesar dos esforços da equipe econômica e da gritaria geral do mercado contra a evolução dos gastos da União com a máquina. Os desembolsos do governo com aposentadorias e pensões dos servidores para cobrir o buraco deixado pelo volume insuficiente de contribuições aumentaram 6,2% apenas nos primeiros cinco meses desse ano, de acordo com dados do Tesouro Nacional. O que significa um déficit de R$ 25,116 bilhões, para bancar apenas 1 milhão de inativos. A quantia é superior à desembolsada para financiar o Regime Geral de Previdência (RGPS), que atende mais de 31,5 milhões de pessoas no país (R$ 24,008 bilhões). Vale ressaltar que, nesse período, déficit do RGPS caiu 42,6%.
Estancar essa fonte, por onde jorram os recursos públicos, não vai ser fácil, afirmam especialistas. A fatura fica cada vez mais pesada, dando mostras de que o sistema que rege o RPPS é insustentável. A necessidade de financiamento da previdência pública mais que dobrou nos últimos 12 anos. Em 2002, no governo FHC, o buraco era de R$ 28,1 bilhões. Em 2003, ficou em R$ 30,9 bilhões. Em 2010, no governo Lula, o déficit fechou o ano em R$ 57,8 bilhões. A presidente Dilma Rousseff também não conseguiu estancar as despesas. Em 2013, a conta ficou em R$ 62,7 bilhões. A previsão é de encerrar 2014, em R$ 65 bilhões.
Com o envelhecimento da população, o quadro tende a se agravar – segundo o IBGE, os habitantes do país (201 milhões em 2013) chegarão ao máximo em 2040 (228,4 milhões) e depois o número começa a despencar, baixando para 218,2 milhões, em 2060. Assim, cada vez mais, o governo terá que abrir mão de novos investimentos em infraestrutura, para resguardar o bem-estar de alguns, assinalou o economista Felipe Salto, da Consultoria Tendências. Além disso, outras ameaças aos gastos públicos se avizinham. Há vários projetos no Congresso Nacional, referentes a aumentos de salários e benefícios para o servidor que, se passarem, terão sérios impactos no Orçamento.
Entre os projetos, se destaca PEC 555 – pelo fim da cobrança de contribuição previdenciária sobre os proventos dos servidores públicos aposentados -, defendida com fervor por lideranças sindicais. Essa seria mais uma forma de reduzir o bolo do RPPS. Salto acredita que, para evitar mais transtornos no futuro, as regras atuais terão que mudar. “Precisamos de um debate sério sobre o assunto. A sociedade terá que fazer uma escolha e decidir para onde vai cada fatia do Orçamento. Tudo tem que ser detalhado, para não ficar a impressão de que, de um lado, estão os que são contra os velhinhos e, do outro, os defensores da terceira idade”, afirmou Salto.
Para ele, o fator previdenciário – método que mudou o cálculo das aposentadorias, considerando as 80% maiores remunerações de toda a vida laboral -, apesar das resistências, ajudou a reduzir o tamanho do buraco, mas foi apenas um paliativo. Uma saída viável apontada por Salto é o aumento da idade mínima para aposentadoria (hoje em 55 anos para mulheres e 60 anos para homens). “Temos entender que, se vivemos mais, precisamos contribuir mais”, reforçou. Na tese de aumento da idade mínima, o tributarista Marcos Joel dos Santos, do escritório Cassel & Ruzzarin Advogados, compartilha a mesma opinião que Salto.
Quando se trata, porém, da análise sobre a PEC 555, eles divergem. “Sem dúvida, a retirada da cobrança previdenciária dos aposentados faria o déficit do RPPS aumentar. Mas isso é um problema do caixa do governo. No entendimento do mundo jurídico, é uma injustiça. Cobrar 11% dos proventos se assemelha a descontar um novo tributo, além do Imposto de Renda, que já consome 27,5%”, afirmou Santos. Da mesma forma, José Matias-Pereira, especialista em contas públicas da UnB, define o desconto como “um saque no salário do cidadão disfarçado sob o manto do equilíbrio das contas públicas”.
Há também tramitando no Congresso a PEC 270, que muda a forma de cálculo para aposentadorias por invalidez, lembrou Marcelo Barroso Lima Brito Campos, conselheiro e coordenador do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP). “Hoje, é calculada de forma proporcional. Se passar como está, o aposentado receberá o salário integral. Um dado a mais a interferir no planejamento atuarial. Quanto mais ganho real, mais o desembolso aumenta”, destacou.
Funpresp
O saldo negativo, esse ano, de R$ 25 bilhões no RPPS, não povoa a preocupação dos analistas. O novo modelo de aposentadoria, da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), acalmou os ânimos do mercado. O servidor que entrou na administração pública a partir de 2013, contribui com 11% até o teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS – R$ 4.390,24). Para receber além do limite do INSS, terá de aderir a um fundo de pensão privado ou optar pela Funpresp – pagará, todo mês, entre 7% e 8,5% da diferença do salário total. A União contribui com o mesmo percentual.
Cada poder – Executivo, Legislativo e Judiciário – tem seu próprio fundo de pensão. A crença geral é de que, se bem administrados, esses fundos terão resultados extraordinários e o governo entregará o que prometeu. O Funpresp.Exe (de Executivo e Legislativo) já conta com 4,3 mil participantes. A arrecadação, em junho, foi de R$ 3 milhões por mês, segundo a assessoria de imprensa da instituição. Já o Funpresp.Jud (Judiciário Federal e Ministério Público da União) informou que aproximadamente 70% dos novos servidores (606) aderiam. O montante das contribuições, em junho, foi de R$ 360 mil, perfazendo R$ 1,325 milhão, de outubro de 2013 a junho desse ano.
O governo já havia estimado que os impactos do Funpresp para as contas públicas será a longo prazo. Nos cálculos do Ministério da Fazenda, a partir de 2040, o país economizará 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano (mais de R$ 20 bilhões), e que, em 2070, a previdência do serviço público será superavitária. “O Funpresp foi uma excelente medida, mas está claro que os resultados não são imediatos. Vai demorar em torno de 15 a 20 anos”, ressaltou Felipe Salto.
“A princípio, a tendência é o déficit do RPPS aumentar. A arrecadação diminui, porque os entrantes estão no novo sistema. O que pesa, no entanto, é a discussão política. Esse déficit só existe porque o governo, ao contrário da iniciativa privada, não contribuiu ao longo do tempo com a parte que caberia ao patrão. Sem ela, a diferença será eterna”, complementou o advogado Marcos Joel dos Santos. “Até que acabem as aposentadorias e pensões de antigos servidores, o déficit continuará”, ressaltou Marcelo Barroso Lima Brito Campos.
Kaizô Beltrão, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (FGV/Ebape), ressaltou que o saldo negativo sequer pode ser chamado de “rombo ou prejuízo”. Ele explicou que parte dos servidores que hoje estão no RPPS, contribuíram para o RGPS (Regime Geral da Previdência Social), até 1998. Ao migrarem para o Regime Próprio, seus valores não foram transferidos. O governo optou pela repartição simples – recebeu, pagou – e não houve capitalização dos recursos.
“Os equívocos foram muitos. No RGPS, quando parecia que havia muito dinheiro, se inventavam novos benefícios, sem contrapartida e sem contribuição, como aposentadorias especiais, por tempo de contribuição e previdência rural. Tudo passou pelo Congresso. O problema é que quem vota as leis, não é quem paga. Ainda bem que o governo fez o dever de casa e criou o Funpresp. Só falta agora equalizar as idades de aposentadorias de homens e mulheres”, disse Beltrão. Há, no entanto, uma inquietação dos servidores em relação ao Funpresp.
“O que me preocupa é que o desempenho do Funpresp está abaixo das expectativas. Poucos optaram por ele. E se não houver adesão, ele não se contabiliza. Uma derrota terá um efeito devastador de frustração”, destacou José Matias-Pereira. Segundo ele, o governo e os dirigentes do Funpresp não estão sendo capazes de provar que o fundo é viável. “Quando o jovem que entra na administração pública não adere é porque existe um clima de desconfiança”, analisou. A desconfiança, disse, é fruto, da falta de transparência e de planejamento do governo, que não dá mostras de que, em 20 ou 30 anos, o Funpresp realmente estará estruturado, se as regras serão as mesmas ou voltarão a ser modificadas.
“Os erros sucessivos vêm desde 1923. O dinheiro do trabalhador sempre foi usado para outros fins. Brasília, só para te dar um exemplo, foi construída com o dinheiro da Previdência. Há várias decisões precipitadas, temerárias e não apoiadas em dados consistentes”, explicou Matias-Pereira. O temor tem fundamento, reforçou. Em 2013, milhares de servidores públicos estaduais e municipais tiveram as aposentadorias ameaçadas pela insolvência de institutos de previdência. Duas mil entidades que administravam a poupança de 10 milhões de funcionários apresentavam déficit total de R$ 78 bilhões. Essa situação pode não acontecer mais daqui para frente, porque o brasileiro ficou mais exigente, disse Marcelo Campos.
“O medo do Funpresp é uma prova disso. O cidadão sabe que não existe um planejamento tributário para 30 anos, por exemplo. No projeto de todos os governantes que passaram pelo país, o Orçamento da União avistou no máximo cinco anos. E ainda assim as informações nem sempre são claras e os dados não são confiáveis. Os órgãos de governo não se falam. Gastam tempo com projetos e ações unilaterais, que, se fossem compartilhadas, tornariam o Estado mais leve”, disse Campos.
Conta de luz vai subir de 10% a 17% em 2015, preveem economistas
Pelas estimativas do mercado, reajustes farão com que a energia responda por uma alta de 0,5 ponto porcentual na inflação
Fonte: O Estado de São Paulo
Os reajustes nas tarifas de energia elétrica devem variar entre 10% e 17% no próximo ano e pressionar ainda mais a inflação, avaliam economistas consultados pelo Broadcast, serviço em tempo real daAgência Estado. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, admitiu nesta terça-feira que apenas os dois empréstimos às distribuidoras, calculados em R$ 17,7 bilhões, terão impacto de oito pontos porcentuais na conta de luz em 2015.
O índice será repassado ao consumidor ao longo dos próximos dois anos. Se as previsões das consultorias se confirmarem, as tarifas de energia elétrica serão responsáveis por até 0,5 ponto porcentual no IPCA do próximo ano. De acordo com Rufino, porém, ainda não é possível projetar o aumento das contas de luz em 2015.
“Podemos dizer que o empréstimo terá um impacto no reajuste dessa ordem de grandeza (oito pontos porcentuais)”, afirmou Rufino. “Não estou com isso querendo dizer que o reajuste no ano que vem será de 8%, pois o reajuste leva em consideração outros fatores.” Esse aumento de oito pontos porcentuais será tratado como um componente financeiro, que entrará na tarifa em 2015, permanecerá por dois anos, e será retirado ao fim desse período, ao longo de 2017. O início do repasse ao consumidor dependerá da data do reajuste tarifário anual de cada distribuidora.
Ciente das estimativas do mercado, a estratégia do governo é “coordenar as expectativas” para evitar que projeções mais salgadas ganhem força e afetem as projeções de inflação para o ano que vem, segundo apurou o Broadcast. A equipe econômica do governo considera que o empréstimo das distribuidoras terá um impacto de apenas 0,2 ponto no índice de inflação.
O economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, projeta um aumento de 15% na conta de luz no ano que vem.” Esse é um impacto elevado, pois vem de um único item, entre os mais de 300 que integram o IPCA”, afirmou. O economista Étore Sanchez, da LCA Consultores, estima um aumento médio de 10% na energia em 2015.
Se a alta se confirmar, a inflação fecharia 2015 em 6,10%. Adriana Molinari, da Tendências Consultoria Integrada, trabalha com a expectativa de reajuste médio de cerca de 17% em energia elétrica em 2015, o que levaria o IPCA a 6,30%.
Redução. O diretor-geral da Aneel disse nesta terça-feira que outros fatores podem reduzir o índice de reajuste de 2015. A queda do valor da energia no mercado e a devolução à União das usinas da Cesp, Cemig e Copel, que geram cerca de 5 mil MW médios, devem ajudar, pois o valor cobrado pela energia dessas usinas será mais barato.
Segundo Rufino, isso será “bastante relevante” e será capaz de “neutralizar, em grande parte, se não na totalidade, o impacto do empréstimo.” O financiamento feito pelo consórcio de bancos e intermediado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) deve totalizar R$ 17,7 bilhões para as empresas. Desse total, R$ 11,2 bilhões já foram repassados e outros R$ 6,5 bilhões devem ser fechados nas próximas duas semanas. O dinheiro deve chegar às mãos das empresas no dia 10.
Com a demora em finalizar a negociação com os bancos, a Aneel adiou, mais uma vez, a data de pagamento da energia no mercado de curto prazo pelas distribuidoras. A liquidação de maio poderá ocorrer até 28 de agosto. A data original, 10 e 11 de julho, havia sido adiada para amanhã, mas o governo não conseguiu fechar todos os detalhes da operação a tempo.
Aneel adia pagamento de distribuidoras de energia para agosto
Esse já é o segundo adiamento dessa liquidação, originalmente prevista para o dia 11 de julho
Fonte: O Estado de São Paulo
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu adiar até 28 de agosto o prazo para liquidação das despesas das distribuidoras com as operações de maio do mercado de curto prazo, que não estão cobertas pela tarifa, que antes vencia em 31 de julho.
O adiamento havia sido antecipado na semana passada à Reuters por uma fonte que acompanha de perto o assunto. Com o novo prazo, o governo ganha mais tempo para negociar com um pool de bancos, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um empréstimo de cerca de R$ 6,5 bilhões para cobrir os custos adicionais das distribuidoras até o fim do ano.
Esse já é o segundo adiamento dessa liquidação, originalmente prevista para o dia 11 de julho.
“Esperava-se que a solução seria alcançada até 31 de julho, entretanto, embora avançadas as negociações, os recursos não estarão disponíveis até esta data”, disse o diretor da Aneel Reive Barros, relator do tema. “A data pode ser antecipada, caso o aporte seja realizado em data anterior”, disse Barros.
O diretor-geral da agência, Romeu Rufino, disse que sua expectativa é de que os recursos sejam liberados pelos bancos antes do prazo do dia 28 de agosto.
Rufino explicou que o adiamento da liquidação das operações de maio não interfere na liquidação do mercado de curto prazo relativa ao mês de junho, prevista para o dia 7 de agosto.
“Os valores de junho são bem menores. O preço em junho foi mais baixo e a carga (consumo de energia) foi menor”, disse. Somente nas operações de maio, o montante que as distribuidoras ainda têm a pagar e que não está coberto pela tarifa é de cerca de R$ 1,3 bilhão.
Após sanções, Rússia ameaça UE com aumento no gás e critica EUA
Autor: Leandro Colon
Fonte: Folha de São Paulo
O governo russo atacou nesta quarta-feira (30) os Estados Unidos e afirmou que as novas sanções impostas ao país devem aumentar o custo da energia na Europa.
É a primeira manifestação oficial de Moscou sobre as medidas anunciadas ontem (29) pelo governo americano e pela União Europeia para barrar o apoio russo aos separatistas do leste ucraniano.
A Rússia fornece um terço do gás natural consumido pelos europeus. O setor foi incluído no pacote de sanções, como a restrição de negociação de tecnologias com Moscou, por exemplo.
“A onda de sanções de Bruxelas tem criado barreiras para uma maior cooperação com a Rússia numa esfera tão importante como a de energia. É um passo impensado e irresponsável que conduzirá inevitavelmente a um aumento dos preços no mercado europeu”, diz o governo russo.
Dois comunicados foram divulgados pelo Ministério de Relações Exteriores da Rússia. Um deles, específico sobre os Estados Unidos, diz que é possível enxergar “elementos de comércio sem escrúpulos e competição econômica” nas ações do governo de Barack Obama. Diz ainda que a política americana é “míope” e que as sanções são “ilegítimas” e “destrutivas”.
Segundo o ministério, as medidas criam um “clima desfavorável nas relações internacionais, onde a cooperação entre os países sempre desempenha um papel crucial”. “Há uma impressão de que as sanções pressionam para um nível com um único objetivo: um acerto de contas com nossa política independente que tanto incomoda os Estados Unidos”, diz o texto.
As novas medidas –as mais duras contra a Rússia desde o fim da Guerra Fria, em 1991– buscam afetar as áreas de energia, tecnologia, finanças e defesa. A estratégia é enfraquecer o apoio do país aos rebeldes ucranianos.
“Os Estados Unidos querem apenas evitar a responsabilidade pelos trágicos acontecimentos na Ucrânia”, afirma o governo russo, que acusa os americanos de apoiaram o governo ucraniano no conflito contra os rebeldes pró-Moscou
As potências também acusam Moscou de não ter pressionado os separatistas a facilitar o acesso ao local onde caíram os destroços do avião com 298 pessoas a bordo, provavelmente abatido por um míssil lançado pelos rebeldes.
O presidente russo, Vladimir Putin, ainda não se pronunciou.
Uma das sanções é a restrição dos bancos russos para operar no mercado europeu e nos Estados Unidos. Três deles, controlados pela Rússia, não poderão realizar financiamentos a longo prazo em território americano: VTB, Bank of Moscow e Russian Agricultural Bank.
Instituições bancárias da Rússia estão proibidas de rolar dívidas ou fazer qualquer outro tipo de captação de recursos com bancos europeus pelos próximos três meses, quando esta e as demais sanções serão reavaliadas. Foi anunciado o embargo na negociação de armas e de tecnologias para uso duplo (civil e militar) com os russos, setor que movimenta € 20 bilhões (R$ 60 bilhões) por ano entre Moscou e UE.
Outra sanção é a barreira na negociação de tecnologias destinadas à exploração petrolífera. As medidas devem receber resistência do setor privado na Europa que faz negócio com a Rússia.
Mais cedo, o vice primeiro-ministro, Dmitry Rogozi, usou um tom de ironia ao comentar a decisão americana de bloquear ativos da United Shipbuilding Corporation, uma das principais empresas russas de construção militar.
“É um sinal claro de que a construção naval militar russa está se tornando um problema para os inimigos da Rússia”, disse, por meio de sua conta no Twitter.
Também pelo Twitter, o presidente do comitê de Relações Exteriores do Parlamento, Alexei Pushkov, afirmou que as pessoas já esqueceram que o presidente americano, Barack Obama, ganhou um Nobel da Paz (em 2009). “Obama não vai para a história como um pacificador, mas como quem começou uma nova Guerra Fria”, disse.