Proposta do governo causa insatisfação; AGE decide pela continuidade mobilização

Servidores encaminharam pela elaboração de uma contraproposta, após a formalização dos termos apresentados pelo MGI ontem, 10

Em Assembleia Geral Extraordinária realizada na tarde desta quinta-feira, 11 de julho, os Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle ressaltaram insatisfação diante da proposta do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), apresentada na tarde de ontem, 10 de julho, e sinalizaram o recrudescimento da mobilização. A oferta apresentada não inclui atendimento de pleitos sem impacto remuneratório, como a exigência de nível superior para ingresso no cargo de Técnico Federal de Finanças e Controle; percentual de reajuste oferecido também ficou aquém do necessário para correção de assimetrias com carreiras de mesmo nível. 

Para o presidente do Unacon Sindical, Rudinei Marques, a negociação precisa seguir. “O governo está convencido de que isso é o melhor que eles conseguem chegar. Por mais que mostremos ser uma carreira de excelência,  para eles, já estamos no topo”, explicou. 

Ainda durante a AGE, os presentes foram informados de que, assim que o governo enviar formalmente sua proposta, o Conselho de Delegados Sindicais (CDS) vai se reunir, em data programada 16 de julho, terça-feira, para elaboração da contraproposta.

A indignação ainda se fez notória nas falas de outros servidores, que se revezaram durante a sessão para manifestar suas preocupações a respeito do andamento das negociações. Para o delegado sindical do Tesouro Nacional, Roberto Luttner, a reunião com o MGI foi um momento onde a carreira pode fazer pressão. “Nós impomos um certo respeito. E isso desconstruiu a imagem de que a proposta é ‘muito boa’ e que nós vamos aceitá-la. Não vamos”, disse durante a AGE.

“Eles [o governo] não estão preocupados de verdade. Se os 20 níveis são uma política de governo, porque não apresentaram para a Receita Federal? Essa proposta para mim é um escárnio. O topo da nossa carreira vai ser a base da Receita”, afirmou Marcos Araujo, do Tesouro Nacional, em tom de indignação.  

Para Gildenora Dantas, Auditora Federal de Finanças e Controle, a proposta de 20 níveis é inaceitável. “É um desrespeito colocar 20 níveis para nós, e não para outras carreiras. Não vamos aceitar esse rebaixamento. Nós fazemos a diferença sim, a carreira de Finanças e Controle tem responsabilidades que seguram esse país”, disse. O Auditor Federal de Finanças e Controle Rafael Perez acredita que é preciso ser categórico no “não” para o que ofereceu o MGI. “São os 20 níveis que estamos criticando. Não muda nada no impacto fiscal. Estamos realmente pensando em aceitar essa proposta? Precisamos atuar estrategicamente”, asseverou.

A contraproposta, a ser elaborada pelo CDS, deve ser votada em AGE no dia 17 de julho, quarta-feira. Fiquem atentos aos canais de comunicação oficiais do Unacon Sindical para não perder nenhum passo da mobilização. É um momento crucial para a carreira.