CGU pede à Previdência explicações

          A Controladoria Geral da União pediu explicações ao Ministério da Previdência sobre o pagamento de ajuda de custo para mudança recebida indevidamente em 2007 pelo então titular da pasta Nelson Machado, hoje secretário-executivo da Fazenda. Ele foi ministro até março do ano passado.
         Reportagem publicada ontem pela Folha mostrou que Machado e o ministro Pedro Brito (Portos) embolsaram de forma indevida R$ 18 mil e R$ 8.362, respectivamente.
         Os valores estão registrados no Portal da Transparência, mantido pela CGU, e foram pagos como ajuda de custo para mudança, uma indenização para servidores transferidos para outra cidade. Os dois receberam, mas não foram transferidos. Eles negam as irregularidades.
         A Previdência informou que já pediu esclarecimentos sobre o pagamento a seus departamentos jurídico e de recursos humanos. A Casa Civil, responsável pela Secretaria de Administração da Presidência -que fez o pagamento a Brito- não se manifestou. A Comissão de Ética Pública da Presidência informou que analisará o caso.
         Parlamentares classificaram como grave a denúncia e defenderam a devolução do dinheiro. A oposição defendeu a apuração do caso na CPI que irá tratar da farra dos cartões corporativos por ser indício de que há mais formas de embolsos indevidos de verba no Executivo.
“A CPI vai mostrar toneladas de casos como esses. Este governo se caracteriza por utilizar de forma irregular o poder”, disse o líder do DEM no Senado, José Agripino.
         Para o deputado Carlos Sampaio (PSDB), o foco da investigação não é o embolso, mas nada impede que o assunto entre na pauta.
         Apesar de concordar que o fato é grave, o senador Renato Casagrande (PSB) discorda que as denúncias sejam incluídas na CPI. “Se a CGU já investigou, a CPI não tem o que fazer. É preciso devolver o dinheiro e pronto.”