Sindicalistas desconfiados

Com praticamente todas as negociações concluídas, governo e servidores iniciaram a semana reféns da burocracia. As novas tabelas salariais das cerca de 20 categorias que representam 300 mil servidores que ainda esperam ser contemplados com aumentos neste ano estão em análise por parte da Casa Civil e do Ministério do Planejamento. Como não há data para esse trabalho ser concluído, quanto mais o tempo passa, mais os sindicatos se inquietam.

Ontem, grupos de servidores de várias áreas do Executivo panfletaram nas galerias do Congresso Nacional para tentar convencer os parlamentares a votarem logo a Medida Provisória (MP) 431, que detalha os reajustes autorizados em maio para civis e militares, corrigindo suas falhas. O ato também serviu para pressionar os partidos da base de apoio ao governo a cobrar do Palácio do Planalto o envio imediato das próximas MPs com as reestruturações que faltam ser anunciadas.

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que negociou a primeira leva de aumentos e está à frente das restantes, comunicou ao Ministério do Planejamento sua insatisfação com a demora em fechar o pacote. Josemilton Costa, secretário-geral da entidade, disse que a indefinição de prazos causa intranqüilidade e desconfiança entre as categorias. “Está todo mundo ansioso, principalmente depois que os servidores descobriram que o governo não tem data limite para conceder os aumentos. O tal parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), que falava das eleições municipais, era um blefe”, afirmou.

Embrapa
Igualmente insatisfeitos, os funcionários da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) iniciaram ontem mais uma greve. Segundo o sindicato que representa os empregados da estatal, a paralisação atingiu 40 unidades da Embrapa. Em campanha salarial que já dura quase 90 dias, os trabalhadores da empresa reivindicam aumento salarial de 12%, mas a diretoria da companhia só oferece 5,04%. Hoje, os grevistas prometem fazer protestos em frente à sede da Embrapa, no final da W3 Norte, para dificultar a entrada dos funcionários que não querem aderir ao movimento.
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