Hage rejeita “demonização” dos órgãos de controle

      O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, que participou na manhã de ontem (26) da reunião do grupo de infraestrutura do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, afirmou na oportunidade que é inaceitável a demonização dos órgãos de controle, que estão sendo postos por alguns como vilões da história.

      Segundo o ministro, muitas queixas que chegam ao Presidente da República não têm correspondência com a realidade e, não raro, servem para justificar atrasos decorrentes da própria incompetência dos gestores.


      Hage citou como exemplo o caso de uma autoridade estadual que reclamou ao Presidente de uma suposta glosa feita pela CGU por conta do preço de um disjuntor de eletricidade: R$ 12,00 numa obra de R$ 60 milhões. Comprovou-se depois, informou o ministro, que o prejuízo apontado não era de R$ 12,00, mas sim de vários milhões, e que o apontamento sequer fora da CGU, mas do próprio ministério repassador dos recursos.

      Eliminadas essas distorções do debate, Hage considera que as discussões com os representantes da sociedade são produtivas e devem continuar, desde que postas de forma correta e conseqüente.

      O ministro-chefe da CGU fez também severas críticas ao capítulo sobre controle contido no Anteprojeto de Lei Orgânica da Administração Pública elaborado por uma comissão de juristas. Para ele, a parte relativa ao controle precisa ser completamente alterada, principalmente quando propõe praticamente a eliminação do controle preventivo, que ele considera a forma mais importante de controle.