Analistas e técnicos dos dois órgãos pedem aumento salarial de 22%. Sindicato promete manifestação nesta quarta em frente ao Planejamento
por Priscilla Mendes
Técnicos e analistas do Tesouro Nacional e da Controladoria-Geral da União (CGU) promoveram paralisação desde a manhã desta segunda-feira (6) para pedir aumento salarial. Eles pretendem continuar parados até esta terça (7) em reivindicação por reajuste de 22%. Se as negociações com o governo não andarem, os servidores ameaçam fazer iniciar greve geral a partir da próxima semana.
Segundo o Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon), 60% dos técnicos e analistas da CGU e do Tesouro aderiram à paralisação de dois dias, nesta segunda e terça-feira. As duas categorias contam com 3.200 servidores, ainda segundo o sindicato.
Conforme o presidente da Unacon, Rudinei Marques, o aumento de 22% seria suficiente para corrigir as perdas com a inflação acumulada de julho 2010 até janeiro de 2013, data em que a categoria espera que o aumento seja concedido.
O salário atual de um técnico (nível médio) – tanto do Tesouro quanto da CGU – é de R$ 4.917,00. O de analista (nível superior) é de R$ 12.960,00.
“Nossa última recomposição foi negociada em 2008 e desde então o salario parou. Está congelado”, reclamou Rudinei Marques. Ele rebate o argumento do governo federal de que reajustes não serão concedidos devido à crise econômica internacional. “O Brasil está fortalecido no cenário internacional. A economia permite avançar um pouco na pauta salarial. É claro que não queremos sangrar as finanças, não dá pra avançar muito nesse momento, mas alguma coisa é possível”, afirmou.
Bom senso
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse na semana passada que conta com o “bom senso” dos grevistas e afirmou que o governo ainda estuda possíveis reajustes salariais com cuidado para “não oferecer nenhuma proposta que depois a gente não possa bancar”.
Ele ponderou, contudo, que a preocupação maior não é com os trabalhadores da iniciativa privada, que não tem estabilidade garantida.
Além das paralisações desta segunda e terça-feira, a Unacon promoverá uma manifestação para reunir todas as 23 carreiras de estado em frente ao Ministério do Planejamento, nesta quarta-feira (8), às 15h.
Os sindicalistas esperam uma nova reunião com o governo na próxima semana. Caso as negociações não avancem, é possível que ocorra uma greve geral. “O governo até agora não deu nenhum sinal de que pretende fazer uma negociação séria”, disse Rudinei Marques.
“Só em 2011, nós tivemos 11 reuniões com o Ministério do Planejamento. Agora em 2012, mais nove. Já são vinte reuniões e até agora não se avançou um milímetro na pauta”, afirmou Rudinei.