O governo mandou descontar os dias parados. Os sindicatos e confederações ameaçam recorrer à justiça, mas o governo avisou que só conversa sobre o assunto se a greve for encerrada imediatamente
Mas um problema persiste. Na segunda-feira (20), fracassou mais uma tentativa de acabar com a greve dos funcionários públicos federais. O governo só aceita renegociar o corte no ponto com o fim das paralisações. Essa discussão deve parar na justiça.
Virou uma queda de braço. Enquanto os servidores falam em ir à justiça contra o corte do ponto, o ministro da Justiça mandou cortar o ponto dos agentes da Polícia Federal que aderirem à greve. Não trabalhou, não vai ter salário.
Pista ocupada por manifestantes. Trânsito complicado. Foi difícil chegar ao Aeroporto de Brasília. No caminho, faixas de protesto. E mais protesto na área onde os passageiros desembarcam dos carros, totalmente ocupada pelos grevistas. No saguão do aeroporto, punhos atados e nenhuma fiscalização.
No Paraná também foi dia de manifestação. Na Ponte da Amizade eram dez funcionários da Receita Federal para fiscalizar as mais de 30 mil pessoas que cruzaram a fronteira entre Brasil e Paraguai.
Agentes da Polícia Federal amarraram as mãos. E, para completar, os policiais rodoviários federais também decidiram parar. Segundo o comando de greve, só os casos de emergência devem ser atendidos.
Na segunda-feira (20), durante todo dia e até tarde da noite, representantes de diversas categorias em greve foram recebidos pelo governo. Que vem propondo um reajuste máximo de 15,8% parcelado até 2015. Até agora ninguém aceitou.
“Esse 15,8% é insuficiente. Todos eles acham que o governo tem que apresentar uma proposta melhor. Essa semana não terá suspensão da greve, porque nós temos negociação até sábado. Provavelmente, se tiver suspensão da greve será a partir da semana que vem”, afirma Josémilton Costa, secretário da Condsef.
O outro impasse com os grevistas é o corte do ponto. O governo mandou descontar os dias parados. Os sindicatos e confederações ameaçam recorrer à justiça para garantir os salários. Mas o governo avisou que só conversa sobre o assunto se a greve for encerrada imediatamente.
A única categoria que ensaiou o final da greve foi a dos professores universitários. Oito instituições retornariam ao trabalho nesta segunda, mas em nenhuma delas a rotina voltou ao normal. Como na Universidade de Brasília, onde vários alunos ficaram sem aula. Professores não apareceram.
O impasse continua, mas as negociações também. No Ministério do Planejamento, durante todo o dia, vão ser pelo menos dez reuniões. Já o ministro da justiça afirmou que os grevistas podem enfrentar também um processo administrativo.