A Polícia Civil do Distrito Federal entra em greve a partir desta quinta-feira (23). A decisão foi tomada nesta quarta, durante assembleia que contou com a participação de aproximadamente 1,2 mil agentes. A paralisação pode durar até o dia 29.
A categoria exige a reestruturação de carreira aliada a um reajuste salarial que quando somados chega a 23%, aumento do efetivo por meio da realização de concurso público, renomeação do cargo de agente penitenciário e o plano de saúde subsidiado pelo Governo do Distrito Federal. Hoje, cada policial civil recebe R$ 7,1 mil de salário.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol), Ciro de Freitas, a falta de atenção das autoridades em relação às reivindicações dos policiais teria motivado a paralisação da categoria. “O prazo para o posicionamento do governo vence no dia 29, até o momento ninguém nos recebeu, tão pouco apresentou interesse em analisar nossas reivindicações. Até as reuniões com o Ministério do Planejamento foram canceladas”, afirmou.
Ainda de acordo com Ciro, os policiais civis do DF não possuem nenhum amparo do estado, situação que segundo ele aumenta o risco dos agentes e das suas famílias. “Para que todos possam ter uma ideia da situação, hoje se um colega colidir a viatura contra outro carro durante uma operação, quem paga os prejuízos é o próprio agente. Em caso de morte ou acidente durante as diligências são os parentes dos policiais que precisam providenciar os respectivos cuidados”, explicou.
A Secretaria de Segurança Pública informou que caso seja procurada por qualquer entidade de classe, a mesma será ouvida. “Ainda não fomos procurados, mas caso isso ocorra, estaremos de portas abertas para ouvir as reivindicações”, disse o secretario de Segurança Sandro Avelar.
Já a Secretaria de Administração Pública, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que o dialogo com a categoria nunca foi paralisado e que os membros do governo reconhecem o movimento. Ainda segundo o órgão, as reuniões com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) tiveram de ser canceladas por causa das greves em instituições federais, uma vez que toda a atenção foi deslocada para a situação dos servidores do Governo Federal. A secretaria ponderou a atual situação informando que as rodadas com a categoria será restabelecida o quanto antes.
Diante da greve, a população terá acesso apenas aos registros relacionados a ocorrências de crimes contra a vida ou flagrantes. A emissão de carteiras de identidades só estará disponível para portadores de necessidades especiais, idosos e gestantes. Os demais serviços como vistorias de automóveis serão remarcados.
