Clipping 31 de julho

Alta comissária da ONU critica EUA por armar Israel

Fonte: Portal UOL

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou nesta quinta-feira (31) os Estados Unidos por proporcionar armamento ao Exército israelense e não fazer o suficiente para deter a ofensiva contra a Faixa de Gaza.

“Os Estados Unidos têm influência sobre Israel e deveriam fazer mais para parar as mortes, para que as partes em conflito dialoguem”, disse Pillay em entrevista coletiva, na qual falou da ajuda financeira e a entrega de armas dos EUA a Israel.

Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
O porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby, confirmou na quarta-feira as informações sobre o envio a Israel de mais material de guerra dos EUA a pedido das Forças de Defesa israelenses.

A venda de munição é estabelecida para casos de emergência no chamado Inventário de Reservas de Munição de Guerra de Israel, que permite aos israelenses dispor de armamento de maneira urgente.

Entre esse material há partes necessárias para lança-granadas e peças de morteiro de 120 milímetros, como o que provocou ontem a morte de 19 pessoas refugiadas em uma escola das Nações Unidas.

Pillay informou sobre esta entrega de munição e sobre a ajuda que os EUA prestam a Israel para manter em funcionamento o sistema antifoguetes israelense “Cúpula de Ferro”, que protege o território israelense dos foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza.

“Os Estados Unidos não só fornecem a Israel artilharia pesada usada em Gaza, mas gastou quase US$ 1 bilhão para proteger o país contra os foguetes palestinos. Uma proteção que os civis de Gaza não têm”, denunciou Pillay.

A alta comissária insistiu no fato de que os EUA não só ajudem incondicionalmente Israel em tempos de guerra, mas também o faça em tempos de paz, nos quais no entanto Tel Aviv continua violando a lei internacional expandindo seus assentamentos e mantendo um bloqueio à Faixa de Gaza, que é ilegal.

“Os Estados Unidos também deveriam fazer mais para acabar com o bloqueio aos territórios ocupados. Deveria fazer mais para acabar com os assentamentos. Lembremos que os Estados Unidos votam contra, tanto no Conselho de Direitos Humanos como no Conselho de Segurança, todas as resoluções que condenam o bloqueio e os assentamentos”.

Crimes de guerra
Pillay se referiu às dezenas de resoluções, relatórios de relatores especiais e conclusões de comissões de investigação internacional nas quais são identificadas flagrantes violações dos direitos humanos e da lei internacional por parte de Israel.

“Parece que há um desafio deliberado de Israel a não cumprir com suas obrigações internacionais. Não deveríamos permitir este tipo de impunidade. Não deveríamos permitir que não se averiguem nem se persigam flagrantes violações”, opinou Pillay.

A comissária da ONU lamentou que Israel não tenha estabelecido nenhum mecanismo de prestação de contas e lembrou que onde o sistema interno falha tem que ser aplicado o internacional.

Pilay também acusou Hamas de cometer crimes de guerra ao colocar e disparar foguetes de dentro de uma área altamente povoada.

A representante da ONU assinalou que, segundo os últimos dados com os quais conta, desde que começou a ofensiva morreram 1.263 palestinos e 59 israelenses.

 

 

 

 

Superávit primário do setor público no primeiro semestre é o menor em 12 anos

Junho registrou o primeiro resultado negativo para o mês da história; governo admite que será necessário mais esforço para cumprir a meta do ano

Fonte: O Estado de São Paulo

O esforço fiscal do setor público caiu 43,67% nos seis primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2013, segundo informou nesta quinta-feira, 31, o Banco Central. O setor público consolidado representa governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobrás e da Eletrobrás.

Em junho, o setor público apresentou déficit primário de R$ 2,1 bilhões, o menor resultado para o mês, já que antes de 2014 não havia sido registrado resultado negativo em meses de junho. Em maio, o resultado havia sido negativo em R$ 11 bilhões. Em junho do ano passado, houve superávit de R$ 5,4 bilhões.

Com esses números, o Banco Central admitiu que o cumprimento da meta de superávit primário neste ano está mais distante e que será necessário um maior “esforço de execução orçamentária”.

As contas do setor público acumulam até junho um superávit primário de R$ 29,3 bilhões, o equivalente a 1,17% do Produto Interno Bruto (PIB) – esse é o menor resultado para o período desde 2002, quando o Banco Central deu início à série histórica. No mesmo período do ano passado, o superávit primário estava em R$ 52,1 bilhões ou 2,23% do PIB.

O superávit primário representa a economia de dinheiro que o governo faz nas contas públicas com o objetivo de abater os juros da dívida pública.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou que “os déficits de maio e junho tornam o atingimento da meta mais distante. Exigirá esforço maior do governo para obtê-la”, disse. “Isso não significa que não seja possível alcançá-la. O Tesouro (Nacional) trabalha nesse sentido”.

Segundo Maciel, o resultado fiscal do setor público em junho refletiu a desaceleração das receitas. Segundo ele, esse comportamento reflete as desonerações, que estão em R$ 50 bilhões segundo estimativa da Receita Federal.

O esforço fiscal do semestre foi feito com a ajuda de um superávit de R$ 15,3 bilhões do Governo Central (0,61% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 13,6 bilhões (0,54% do PIB) no acumulado do ano.

Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 10,2 bilhões, os municípios alcançaram um saldo positivo de R$ 3,4 bilhões. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 336 milhões (0,01 % do PIB).

As contas do setor público acumulam um superávit primário de R$ 68,5 bilhões em 12 meses até junho, o equivalente a 1,36% do PIB. O esforço fiscal caiu em relação a maio, quando o superávit em 12 meses estava em 1,52% do PIB ou R$ 76 bilhões. O superávit em 12 meses está abaixo da meta de 1,9% do PIB (R$ 99 bilhões), definida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Maciel afirmou que, do lado das despesas, houve aumento na área de investimentos, e acrescentou que o superávit primário no acumulado do ano ficou abaixo inclusive ao de 2009, época da crise. Sobre a despesa com juros no ano, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central avalia que há um crescimento modesto.

Dívida. A dívida líquida do setor público subiu para 34,9% do PIB em junho ante 34,6% em maio.
Foram gastos R$ 18,6 bilhões com juros em junho, o que representou redução em relação ao gasto de R$ 21,3 bilhões em maio deste ano e alta ante os R$ 17,6 bilhões vistos em junho do ano passado.

No primeiro semestre, o gasto com juros do setor público consolidado soma R$ 120,2 bilhões, o equivalente a 4,78% do PIB. No mesmo período do ano passado, o gasto com juros estava em R$ 118 bilhões ou 5,05% do PIB.

 

 

 

Argentina recusou todas as propostas e optou por dar calote, diz principal fundo credor

Segundo fundo NML Capital, muitas propostas ‘criativas’ foram apresentadas pelo mediador, mas a Argentina recusou ‘considerar seriamente’ todas elas

Fonte: O Estado de São Paulo

A Argentina recusou todas as propostas apresentadas noprocesso de negociação sobre sua dívida e escolheu dar o calote, afirma um comunicado do NML Capital, fundo do bilionário de Wall Street, Paul Singer, e o que mais tinha recursos a receber da Casa Rosada, conforme a sentença da Suprema Corte dos Estados Unidos.

“Aceitamos muitas das propostas criativas apresentadas pelo mediador”, afirma o porta-voz do NML no comunicado enviado na madrugada desta quinta-feira, acusando a Argentina de ter recusado de “considerar seriamente” todas elas.

O mediador em questão é o advogado Daniel Pollack, designado pelo juiz federal Thomas Griesa para cuidar das negociações entre a Argentina e os credores norte-americanos. Ontem venceu o prazo para a Argentina pagar US$ 1,3 bilhão a estes fundos. Só o NML teria cerca de US$ 800 milhões a receber.

Pollack e o NML afirmam que a Argentina entrou em default desde a tarde da quarta-feira, 30, mas o país não reconhece o calote, segundo declarações do ministro da Economia, Axel Kicillof, dadas no início da noite ainda na quarta-feira. “Calote é quando não se paga e a Argentina paga e vai continuar pagando”, afirmou a jornalistas, ressaltando que o país depositou US$ 830 milhões no final do mês de junho para pagar os credores que aderiram às reestruturações da dívida de 2005 e 2010, mas Griesa impediu que os bancos repassassem o pagamento aos fundos. Além disso, depositou recentemente US$ 650 milhões para pagar dívidas ao Clube de Paris, disse o ministro.

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou o rating soberano da Argentina de CCC- para “default seletivo”, argumentando que o país foi inadimplente em algumas de suas obrigações, já que nesta quarta-feira venceu o prazo para que o governo argentino pagasse os juros no valor de US$ 539 milhões, referentes aos bônus discount que vencem em dezembro de 2033.

Bancos. No início da noite da quarta-feira, se falava da possibilidade de bancos privados argentinos assumirem a dívida dos fundos norte-americanos, por meio de uma operação de compra de títulos e, assim, evitar o calote. O próprio Kicillof destacou esta possibilidade na entrevista à imprensa. Com isso, as negociações passariam a ser entre os argentinos e estes bancos, mas rumores no final da noite davam conta de que as conversas não avançaram.