Clipping 25 de agosto

Aécio fará reforma para baixar juros bancários, diz economista

Fonte: O Estado de São Paulo

Brasília – Integrante do grupo de economistas da campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB),Mansueto Almeida afirmou em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado que, se for eleito, o candidato pretende apresentar já nos primeiros dias de governo mecanismos para baixar as taxas de juros bancários. Disse ainda que o atual governo “abusa do BNDES” e que na gestão tucana o banco participará do desenvolvimento dos projetos de infraestrutura do País. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Se o PSDB vencer a eleição presidencial, quais as medidas imediatas previstas para resgatar a economia?
Já nos primeiros dias de governo a ideia é partir para uma estratégia agressiva de reforma tributária e de outras reformas que a economia brasileira precisa. Por exemplo, o spread bancário no Brasil é alto, mas ninguém reduz spread no grito. A gente reduz com medidas consistentes que ataquem esse problema. A alta do spread bancário tem a ver com a alta proporção do crédito direcionado, o que obriga o banco a direcionar parte da carteira a determinado tipo de empréstimo. Se controla os juros “na porta”. Então, há distorções no mercado de crédito que precisam melhorar.

Um eventual governo do PSDB reduzirá a concessão de crédito subsidiado?
O governo tem de avaliar se houve conversão desse crédito em investimentos. Saber se poderia ter transformado esse subsídio em outro tipo de política que beneficiaria um número maior de pessoas. Os programas continuam enquanto a gente não resolver os problemas do Brasil. A saída do governo não vai ser dar mais, mais e mais subsídios, porque isso não vai resolver. Quando tivermos um País com reforma tributária implementada, custo Brasil baixo, essa política de subsídios deixa de ser necessária. Mas isso é para o futuro.

Qual será o papel do BNDES?
O governo hoje abusa do BNDES porque faz uma série de programas. Alguns funcionam e outros não. Quais dão certo? Ninguém sabe. O BNDES, no governo Aécio Neves, vai ter um papel muito mais ativo na parte de planejamento, nos projetos de infraestrutura. Hoje, o BNDES é chamado pelo governo só para pagar a conta. O BNDES vai ser o grande órgão junto com o Ministério de Infraestrutura para desenvolver o planejamento e a engenharia financeira e elaboração de projetos na área de infraestrutura.

Quais são as perspectivas para 2015?
O próximo presidente já vai assumir de mãos atadas, porque vai herdar todos os erros feitos em anos anteriores. Tem uma parte de 2015 que não depende do presidente, que seria uma “herança maldita” específica. O próximo governo terá que lidar com o reajuste de tarifas, recuperar o superávit primário do setor público e sinalizar para o mercado que vamos continuar com a trajetória cadente da dívida pública bruta e líquida. Não vamos ser ingênuos: o Brasil vai ter superávit primário de 2,5% ou 3% do PIB ano que vem? Claro que não.

Quem falar que vai conseguir uma economia tão grande, como o ministro da Fazenda (Guido Mantega) prometeu, eu acho muito difícil, não acredito.

A candidata Marina Silva está prometendo diminuir a meta de inflação para 3% em 2019. Isso é possível?
Possível é, agora eu não sei qual é o plano da candidata Marina. Mas, no nosso caso, Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso e coordenador do programa econômico de Aécio) tem dito de forma muito clara que é possível se ter redução da inflação para o centro da meta. E, à medida em que a gente tenha sucesso nisso, vamos reduzir a banda do regime. Armínio foi, por sinal, a pessoa que implementou o sistema de regime de metas da inflação.

Marina também defende o tripé econômico…
O que todos os candidatos estão tentando mostrar é que vão fazer o que Armínio Fraga, em um governo do PSDB, fez. O próprio Armínio, que está com a gente, vai fazer tudo isso. Muito mais e melhor.

Aécio vem defendendo corte de gastos para o próximo ano. Como será isso na prática?
Se a gente olhar o último dado do ano fechado, que é 2013, e comparar com 2010, o custeio, sem programas de transferência de renda, cresceu R$ 70 bilhões. São quase 60% em três anos. O grande desafio não é cortar gastos como se faz nas empresas privadas. No setor público, economizar significa ter um regime em que o gasto público cresça menos do que o crescimento do PIB. Essa é uma agenda de médio e longo prazo. A outra parte dessa agenda é tapar os buracos, resolver os gastos de custeio que não dão retorno para a população. A melhor forma é ter um sistema meritocrático, com avaliação de todos os programas públicos e dar prêmios para funcionários e agências públicas que consigam transformar esse desperdício em benefício para a população.

O candidato fala em aumentar crescimento e dá como receita corte de gastos. O que mais está previsto para fazer o País crescer mais?
O Brasil pode perfeitamente crescer 4,5% ao ano a partir dos dois últimos anos de governo Aécio. Primeiro, precisa aumentar a produtividade e, para isso, precisa importar tecnologia, além de desenvolver inovação aqui. Dois: aumentando a taxa de investimentos. Hoje, é 18% do PIB. A meta de Aécio é de investir pelo menos 24% do PIB em 2019. Além disso, vamos adotar uma série de reformas que melhore a eficiência da economia, vamos produzir mais, adotar um marco regulatório claro, recuperar o poder das agências reguladoras, que vai dar um horizonte de planejamento e segurança para os investidores na área de infraestrutura e, assim, conseguir reduzir juros.

 

 

 

 

Pedro Simon desiste da aposentadoria e vai disputar reeleição

Senador vai preencher vaga ao Senado na chapa do PMDB gaúcho, que ficou aberta após Beto Albuquerque ser lançado vice de Marina

Fonte: O Estado de São Paulo

O senador Pedro Simon (PMDB) desistiu da aposentadoria e vai concorrer à reeleição. Mesmo tendo dito que, aos 84 anos, por recomendação médica, não participaria diretamente de mais uma campanha política, Simon rendeu-se aos apelos das lideranças gaúchas do partido na noite de domingo, e vai tentar conquistar seu quinto mandato no Senado.

A decisão é consequência da morte do candidato á presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, que contava com apoio do PMDB gaúcho. O deputado federal Beto Albuquerque (PSB), que concorria ao Senado pela aliança regional, tornou-se candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva. A vaga ficou aberta para o PMDB e Simon virou nome preferencial.

A presença de Simon pode manter a unidade da coligação, formada por PMDB, PSB, PSD, PPS, PHS, PT do B, PSL e PSDC em torno do apoio a Marina Silva para a presidência. A coligação tem como candidato ao governo do Estado o ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori (PMDB). Os principais concorrentes de Simon na disputa pela vaga do Senado são o ex-governador Olívio Dutra (PT) e o jornalista Lasier Martins (PDT).

Em junho, mesmo mês em que o senador José Sarney (PMDB-AP) também anunciou sua aposentadoria, Simon falou sobre seus planos de deixar a vida pública. Na ocasião, afirmou que desejava descansar e se dizia decepcionado com os rumos tomados pelo partido que ajudou a fundar.

Simon é um dos principais opositores à aliança do PMDB com o governo de Dilma Rousseff. Segundo ele, a legenda se rendeu à política do “troca-troca” de cargos. O senador também costuma fazer duras críticas a Sarney e outras lideranças peemedebistas.

 

 

 

 

 

Dilma responde Marina: ‘É coisa de quem nunca teve experiência’

‘Presidente, no Brasil, é um executor também’, retrucou Dilma sobre as críticas de Marina Silva. Dilma também disse que Petrobras é ‘muito maior’ que eventuais crimes cometidos por dirigentes

Fonte: Correio Braziliense

Em entrevista coletiva no começo da tarde deste domingo (24/9), no Palácio da Alvorada, a presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, respondeu aos ataques da candidata Marina Silva (PSB). No sábado (23), em Recife, Marina insinuou que Dilma “não teria visão estratégica” e que a necessidade de ter um “gerente” à frente da presidência era um mito. “Essa história de que o país não precisa de ter um cuidado na execução das suas obras, e uma obrigação de entregá-las, é uma temeridade. É coisa de quem nunca teve experiência administrativa e portanto não sabe que é fundamental para um país com a complexidade do Brasil dar conta de tudo. Na presidência você tem que dar conta de tudo. De obra de aeroporto, de rodovia, ferrovia, porto”, rebateu Dilma.

“Acho que o pessoal tá confundindo o presidente com o rei ou rainha de alguma monarquia constitucional, que de fato só tem a representação. Nós, felizmente, no presidencialismo, somos diferentes. O chefe do executivo tem obrigações claras feitas pela Constituição. Não é uma questão de ser gerente ou não. Um presidente, no Brasil, ele é executor também”, frisou Dilma Rousseff. No começo da entrevista, Dilma falou sobre os 60 anos do suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas, completados hoje. Ela informou que almoçará hoje com o escritor e jornalista Lyra Neto, autor de uma biografia de Getúlio. “Estou terminando o terceiro volume (da biografia). É uma obra magistral”, elogiou a presidente.

Petrobras

Dilma voltou hoje a se recusar a comentar as negociações entre o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o Ministério Público Federal, para a obtenção de um acordo de delação premiada. “Não tenho o que comentar sobre a decisão de uma pessoa presa de fazer ou não delação premiada. Isso não é objeto de interesse da Presidência”, disse Dilma.

Ela também voltou a dizer que a eventual condenação criminal de um dirigente não significa a condenação da empresa. “Nós todos temos de aprender que, se pessoas cometeram erros, mal feitos, atos de corrupção, não significa que as instituições tenham feito isso. Não se pode confundir as pessoas com as instituições. A Petrobras é muito maior que qualquer agente dela que cometa equívocos, crimes. Se houver condenação, isso não significa que houve condenação da empresa”, comentou.

 

 

 

 

O estresse contra o servidor público

Estudo do Inep mostra que transtornos mentais e comportamentais aparecem como as principais causas para as faltas nos órgãos de governo no Distrito Federal. Especialistas recomendam troca de emprego e, em casos graves, ajuda profissional

Fonte: Correio Braziliense

José Henrique de Souza Nascimento, 34 anos, começou a trabalhar como gerente de expediente no Banco do Brasil em 2002. No início, tudo corria bem, mas não demorou para o cansaço começar a se acumular. “Eram muitas tarefas e procedimentos para fazer todos os dias. Foi ficando cada vez mais difícil”, relata. À procura por melhores oportunidades, prestou concursos até passar para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2010. “Foi quando a situação começou a piorar. A responsabilidade assumida era grande, e eu me cobrava demais”, conta. Com o aumento do estresse, José Henrique decidiu procurar ajuda profissional e, mais uma vez, trocar de emprego.

Pressão, trabalho em excesso e ambiente desgastante. Quem acha que a vida de servidor público é apenas tranquilidade, engana-se. Situações como a do gerente se repetem entre trabalhadores de todos os órgãos. Pesquisa da Subsecretaria de Saúde, Segurança e Previdência dos Servidores (Subsaúde), aponta que, pela primeira vez, transtornos mentais e comportamentais — como estresse, depressão e síndrome do pânico — são a principal causa da falta de servidores. No DF, essas doenças correspondem a cerca de 60% dos motivos de afastamento. Em segundo lugar, fica o mal-estar relacionado a dores musculares, como Lesão de Esforço Repetitivo, que, tradicionalmente, era a razão das ausências.

O estudo foi apresentado no início do mês e focou nos servidores públicos estatutários — não foram incluídas as polícias Civil e Militar nem o Corpo de Bombeiros. Além do DF, a pesquisa incluiu Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Nos estados da Região Sul, doenças mentais também ocupam o primeiro lugar do ranking. No Espírito Santo, devido à concentração de fábricas de cimento, problemas respiratórios encabeçam a lista.

Segundo a subsecretária da Subsaúde, Luciane Kozicz, funcionários públicos sempre sofreram com o estresse e a depressão, causados pela rotina profissional. O que mudou foi que, agora, mais pessoas sentem liberdade para falar a respeito. “Esse tipo de problema é, frequentemente, objeto de estigmatização, já que os sintomas não são fáceis de identificar.

Muitas pessoas podem, por exemplo, não entender por que um colega está faltando, sendo que não estava visivelmente doente, e acabar criando ressentimento”, explica. Hoje, com mais informação sobre as diferentes doenças psicológicas, a percepção mudou e há mais abertura para conversar sobre o assunto.

 

Reclamações
Entre as principais queixas dos servidores, estão falta de comunicação, gestores despreparados, normas rígidas, sentimento de estar afastado do planejamento e ausência de vocação. “A burocracia excessiva e a verticalização do trabalho fazem, muitas vezes, com que os funcionários se distanciem de sua atividade e achem que ela não tem sentido”, explica Luciana. Um dos dilemas mais comuns, por exemplo, é que os servidores se sintam desmotivados devido às periódicas alterações na rotina profissional decorrentes da mudança de governo, de quatro em quatro anos. “Eles passam a acreditar que o esforço dedicado ao trabalho foi em vão”, conta a subsecretária.

Frustração e sentimento de estagnação também aparecem entre os motivos que podem levar à depressão e ao estresse. “Essas pessoas estudam e batalham para, uma vez que passaram no concurso, se virem carimbando ou arquivando documentos. Elas não se sentem reconhecidas e sentem falta de novos desafios”, revela Luciana. É comum ainda que jovens assumam cargos públicos importantes e que, então, acabem desconfortáveis por se acomodarem tão cedo. “Depois de alcançar a conquista de ser aprovado e de ter estabilidade, vários se perguntam o que vem a seguir. Isso pode gerar bastante insatisfação”, completa.

Palavra de especialista

Soluções efetivas

“No funcionalismo público, qualquer mudança que gere insegurança pode afetar a performance e o resultado dos servidores, como mudanças na liderança ou das regras políticas. Para propor soluções efetivas, é preciso entender algumas coisas. O estresse sempre existirá no ambiente de trabalho. A forma de lidar com ele é que pode influenciar positivamente ou negativamente a saúde e a performance dos trabalhadores.

O prazer ou o desprazer no trabalho está diretamente relacionado ao quão engajado está o servidor com a atividade ou o cargo, isto é, quanto o funcionário usa suas forças e seus talentos e se sente desafiado e reconhecido. Para diminuir o estresse ou o desprazer, não basta eliminar as causas externas. É necessário o foco no processo de interpretação da realidade e no aumento de engajamento e de uso de talentos no ambiente de trabalho.

Nesse sentido, os líderes devem saber extrair o melhor de cada profissional, identificando suas habilidades, desenvolvendo suas forças, definindo metas e desafios na medida certa e utilizando as pessoas nas posições corretas.”

Flora Victoria, presidente de SBCoaching Empresas e especialista em bem-estar no ambiente de trabalho
Esporte, família e lazer

Para lidar com o estresse causado pela rotina no Inep, José Henrique começou a fazer terapia, em 2012. Os resultados, conta ele, foram mais do que positivos. “Ajudou-me a entender que eu me pressionava muito”, detalha. Em busca de incrementar a qualidade de vida, mudou de emprego mais uma vez. Em junho deste ano, assumiu o cargo de analista judiciário no Superior Tribunal Militar. “Os horários e o ambiente de trabalho são melhores. Estou muito mais satisfeito.”

Procurar ajuda profissional é uma das recomendações para aqueles servidores que se sentem sobrecarregados (leia Trabalho com saúde). “É comum que as pessoas invistam demais no trabalho e, quando algo dá errado, ficam desestabilizadas. Fazer terapia pode ajudar a achar um equilíbrio nesse sentido”, explica o psicólogo Valmor Borges. Para diminuir o risco de sofrer com o estresse ou a depressão, ele recomenda dividir o tempo com atividades que não estejam relacionadas à carreira. “Fazer esportes, dedicar tempo à família e aos amigos e planejar viagens são algumas ações que podem trazer um grande aumento de bem-estar”, cita.

De acordo com Valmor, em situações mais graves, medidas mais drásticas podem ser necessárias. “Se a pessoa sente que o ambiente de trabalho se tornou extremamente opressor e agressivo, é aconselhável que ela se afaste da função até se recuperar. Em algumas ocasiões, pode ser melhor mudar de profissão”, sugere. O psicólogo acrescenta que, caso a doença chegue ao ponto de comprometer de forma irreversível a saúde do paciente, também pode ser preciso consultar um psiquiatra para que sejam receitados medicamentos apropriados.

Para diminuir o risco de transtornos mentais e comportamentais relacionados ao trabalho, também é essencial que sejam implementadas mudanças no ambiente profissional. Segundo a gerente de Saúde Mental e Preventiva da Subsaúde, Sonia Gerhardt, é importante que os chefes criem espaços para que os funcionários se manifestem e possam dar vazão a reclamações. “Criar um espaço de fala para os servidores pode ajudá-los a se identificarem entre si e não se sentirem isolados”, defende.