Quase um mês depois, o dia Nacional de Protestos ainda pauta imprensa
“CGU em apuros”. Este foi o título do editorial do jornal Folha de S.Paulo publicado nesta quarta-feira, 8 de outubro. O texto repercute a redução e centralização das ações de combate à corrupção da Controladoria-Geral da União (CGU), por falta de recursos financeiros. As denúncias foram divulgadas pelo Unacon Sindical nos dias 17 e 18 de setembro (relembre aqui e aqui). O “Dia Nacional e Protestos” integra mobilização da carreira de finanças e controle pelo fortalecimento do órgão.
A falta de recursos humanos e financeiros já prejudica as ações de combate à corrupção. De 2011 a 2013, as ações investigativas caíram 47%, e o acompanhamento da execução dos programas de governo caiu 22%.
O editorial informa que a redução de 8,2% no orçamento da CGU, em relação ao ano passado, somado a redução na equipe, que perdeu 727 servidores desde 2008, resultou no “encolhimento operacional da CGU”.
O texto relata ainda as conquistas da Controladoria relativas ao combate à corrupção e à promoção de transparência nas contas da União, mas e lamenta a “vulnerabilidade do órgão”.
Durante a realização da manifestação em defesa da CGU, em Brasília, Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical, defendeu a elaboração da Lei Orgânica da CGU. “Precisamos garantir autonomia administrativa e independência funcional à Controladoria, como convém a um órgão de Estado, que deve estar imune a pressões políticas de governos passageiros”. Opinião compartilhada também pela Folha, que afirmou: “As crescentes dificuldades enfrentadas pela Controladoria reforçam a importância de haver mecanismos capazes de protegê-la de variações orçamentárias e humores políticos”.
Leia aqui a íntegra do editorial.
“Sem recursos, CGU reduz suas ações de combate às fraudes”
Em reportagem publicada pelo mesmo veículo, Folha, no dia 6 de outubro, a jornalista Fernanda Odilla denunciou a redução nas ações de combate à corrupção, promovidas pelo órgão. À reportagem, a CGU admitiu que “reduziu as ações de combate ao desvio de recursos públicos, especialmente no interior do país, para economizar com deslocamento de servidores”. O problema já havia sido denunciado, em Carta Aberta à sociedade, publicada pelo Unacon Sindical, no dia 11 de setembro. “Os cortes orçamentários são cada vez mais frequentes, chegando, até mesmo, a inviabilizar completamente a realização de fiscalizações fora das capitais”, reza trecho do documento (relembre aqui).
Leia aqui a íntegra da reportagem.
“Ministro já reclamou ao Planalto sobre a falta recursos no órgão”
No mesmo dia, 6, a Folha de São Paulo informou que, em abril deste ano, o ministro- chefe da CGU, Jorge Hage, alertou que o órgão enfrenta “dificuldades causadas pela drástica redução de seus recursos humanos”, e enfatizou: “o esforço de fazer mais com menos atingiu seu limite”.
A matéria afirma que “desde 2008, a Controladoria perdeu 727 servidores. Em abril deste ano, Hage cobrou do Ministério do Planejamento, em vão, o preenchimento de 303 cargos de analista”.
Leia aqui a íntegra da matéria.