Marques critica pacote fiscal do governo ao portal de notícias Carta Maior

 
A notícia de capa do portal de notícias Carta Maior desta quinta-feira, 17 de setembro, estampa a perplexidade dos servidores públicos federais com o pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo. Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical, falou com a reportagem do veículo na condição de secretário-geral do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).
 
Em tom nada amistoso, Marques critica as medidas que penalizam os servidores. Segundo ele, as propostas do executivo irão ampliar as terceirizações, permitindo contratações precarizadas até mesmo para as atividades-fim das empresas e órgãos públicos. Leia, abaixo, a íntegra da reportagem.
 
'Novo pacote fiscal do governo dialoga com PL das terceirizações'
 
Após dispensar 100 mil servidores e suspender os concursos, governo só terá duas opções: deixar de prestar serviços essenciais ou precarizar contratações.
 
por Najla Passos
 
Os servidores públicos federais das carreiras estratégicas do Estado rechaçaram nesta quarta (16), em nota pública, as novas medidas do pacote de ajuste fiscal anunciadas pelo governo. De acordo com o documento, a categoria é a maior prejudicada pelas propostas do executivo, que preveem adiamento dos reajustes salariais já acordados e até cortes de direitos.
 
“As medidas que têm mais chance de serem efetivadas – porque não dependem da aprovação do Congresso, já claramente posicionado contra o governo Dilma – são justamente as que penalizam os servidores”, justifica o presidente do Fórum  Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudnei Marques.  
 
De acordo com o dirigente sindical, se o governo pretende cortar o abono permanência, mandar 100 mil servidores para casa e suspender os concursos públicos, conforme anunciou, só lhe restará uma alternativa para manter os serviços essenciais funcionando: precarizar a contratação de mão de obra.  
 
“Como o governo poderia funcionar de outra forma? Esse pacote dialoga com o projeto de lei, em tramitação no congresso, que amplia as terceirizações, permitindo contratações precarizadas até mesmo para as atividades-fim das empresas e órgãos públicos”, denunciou.
 
Nau sem rumo
 
Marques afirma que os 180 mil servidores representados pelo Fonacate ficaram revoltados com a suspensão do acordo salarial proposto pelo governo há apenas 15 dias. “Nós havíamos aceitado um reajuste de 5,5%, um valor abaixo da inflação do ano prevista pelo Banco Central para fechar em 9,29%, porque estávamos dispostos a dar nossa cota de sacrifício para o ajuste fiscal. E ainda assim o governo desconsiderou o compromisso que havia assumido com as nossas categorias, comprovando que está totalmente perdido e sem rumo”, disse.
 
Segundo ele, o Fonacate está apoiando a paralisação geral conclamada pelo Fórum Nacional dos Servidores Federais, que representa mais de 90% dos 10,5 milhões de servidores públicos federais brasileiros. A data escolhida, em reunião realizada nesta terça (15), foi a próxima quarta (23). “Nós vamos paralisar as atividades em todos os estados e realizar um ato no Congresso Nacional. Não há como ser condescendente com um governo que penaliza os trabalhadores e preserva os bancos”, adverte.  
 
Para o dirigente sindical, o governo Dilma perdeu completamente sua sustentação porque, desde o início do ano, vem investindo justamente contra aqueles que o elegeu, como os trabalhadores e os servidores públicos, ao mesmo tempo em que isenta o setor financeiro dos impactos da crise. “O governo perdeu sua capacidade de articular o congresso e a base social que o elegeu. Hoje, quem sustenta este governo é o sistema financeiro.”, denunciou.
 
Fonte: Carta Maior
 
 
 
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