O movimento em Defesa da Controladoria-Geral da União (CGU) segue a todo vapor. Realizado nesta quarta-feira, 25 de maio, o terceiro ato resultou em caminhada até o Palácio do Planalto. Duas faixas do eixo monumental foram interditadas. A concentração de servidores teve início às 14h, em frente ao edifício sede do órgão. Durante a atividade, o Sindicato anunciou que o movimento será ainda mais intenso na próxima semana. Caravana de pelo menos 11 estados já confirmou presença. A rádio CBN cobriu o ato (ouça aqui).
A ação tem como objetivo reafirmar a posição do Sindicato contra as alterações previstas na Medida Provisória MP 726/2016. Ainda na sexta, 13, o Unacon Sindical publicou nota em que defende a vinculação do órgão à Presidência da República e marca posição contra a alteração de denominação para Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle ou simplesmente “MiniTraFiCo”, como os servidores têm, ironicamente, se reportado à mudança. O documento teve mais de 32 mil acessos (veja aqui).
Recente declaração do presidente interino, Michel Temer, alavancou o protesto dos servidores da CGU. “Se errarmos, vamos corrigir os erros”, disse ele, exaltado, em pronunciamento na última terça, 24 (assista abaixo, a partir dos 5 minutos e 39 segundos). “Se é assim iremos todos em marcha até a Esplanada cobrar que o presidente interino corrija o erro de extinguir a CGU”, complementou Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical.
O Sindicato está disposto a enfrentar tudo pra resgatar a identidade do órgão e fortalecer efetivamente o controle interno. "Temos condição de levar esse ato até o fim desse ano, até o fim do próximo ano, até o fim de 2018, se for preciso. Mas vamos resgatar inteiramente a nossa CGU", garantiu Marques. Para ele, o momento de reagir é agora (assista abaixo).
“Não tá legal bloquear e suspender os acordos de leniência”, desabafou Filipe Leão, diretor de finanças do Unacon Sindical que descartou qualquer possibilidade de avalizar medidas impostas sem diálogo. No primeiro ato em defesa da CGU, Leão questionou a legitimidade da medida que extingue o órgão (assista abaixo).
JOGRAL
A CGU existe, a CGU resiste. As palavras de ordem foram ditas, em coro, na chegada à Praça dos Três Poderes. Anjuli Tostes, servidora da CGU, liderou jogral. Os servidores declararam não aceitar retrocessos no combate à corrupção do Brasil. “Esse órgão tem história. Esse órgão o cidadão conhece. Nós não aceitamos, nós não reconhecemos a extinção da CGU. A CGU existe. A CGU resiste. Temer, devolva a CGU”. Faixas auxiliaram o movimento que reuniu cerca de 200 manifestantes.
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