Fonafese e Fonacate promovem seminário sobre o desmonte do Estado brasileiro

Medidas que têm impactado a atuação de importantes órgãos, como Inpe e Ibama, ameaça de privatização de universidades públicas e reforma administrativa são alguns dos temas em pauta

As comemorações do Dia do Servidor Público deram lugar ao debate sobre o desmonte do Estado brasileiro nesta terça-feira, 29 de outubro. Lideranças sindicais  se reuniram para discutir as perspectivas para o setor diante da retirada acelerada de direitos e limitação da atuação dos órgãos. Rudinei Marques e Bráulio Cerqueira, presidente e secretário executivo do Unacon Sindical, participaram do evento realizado no hotel San Marco, em Brasília.

Pela manhã, no painel que tratou de privatizações e da reforma administrativa, Bráulio apresentou um resumo do estudo sobre os contornos das mudanças que governo pretende implementar. Os pilares da reforma, lembrou ele, serão o rebaixamento dos salários, o fim da estabilidade, mudanças na progressão funcional e a unificação de carreiras. “O objetivo é levar a precarização, que já foi imposta aos trabalhadores da iniciativa privada, também para o setor público”, concluiu.

Mais tarde, Marques dividiu a mesa de debate “Medidas que Atingem os Órgãos de Controle, Fiscalização e Arrecadação” com representantes do Sinal, Sinait, Sindifisco Nacional, Anffa e Sindireceita.

O presidente do Unacon Sindical lembrou que a precarização dos serviços públicos afeta justamente quem mais precisa. “Somos um dos países mais desiguais do mundo e o estado é responsável por minimizar o sofrimento das camadas mais pobres da população.  Por isso, não podemos prescindir de um estado forte e atuante”, defendeu.

O mercado de trabalho já sofre o impacto do desmonte em curso. Conforme destacou o presidente do Sinait, Carlos Silva, o mundo vive o crescimento da informalidade. Nesse contexto, “retirar do estado a estrutura que garante a saúde das relações de trabalho é um grande equívoco”, pontuou, ao comentar a extinção do Ministério decretada no início do governo.

No fim do evento, diante de um diagnóstico nada animador, as lideranças sindicais avaliaram que a unificação da luta é único caminho para fazer frente à destruição do serviço público. “Precisamos unir forças e envolver toda a sociedade nesse debate”, concluiu Marques.