“Cortar salários não vai resolver a crise, mas pode agravá-la”, afirma presidente do Unacon Sindical

Em reunião remota realizada nesta quarta, 25, as entidades afiliadas ao Fonacate decidiram apresentar, nos próximos dias, um conjunto de medidas visando ao enfrentamento da crise

Em reunião histórica realizada por videoconferência na tarde desta quarta-feira, 25 de março, o Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate) debateu como os servidores públicos podem colaborar no combate à crise provocada pelo coronavírus.

Propostas econômicas e de atuação das carreiras de Estado, estratégias de diálogo junto aos parlamentares e debate sobre propostas legislativas estiveram em pauta. As afiliadas devem produzir, nos próximos dias, informações atualizadas de como suas respectivas carreiras estão atuando para o enfrentamento da crise. Áreas como vigilância sanitária, diplomacia, segurança pública, fiscalização aduaneira e assistência jurídica, sem falar dos serviços públicos nas áreas de saúde e pesquisa, têm esforços redobrados nesse momento.

“Assim, a intenção da Equipe Econômica de enviar projeto de redução salarial, agora, além de inútil, do ponto de vista econômico, e de inconstitucional, sob o aspecto jurídico, atesta, uma vez mais, o descaso do ministro Paulo Guedes e de sua equipe em relação ao serviço público brasileiro”, afirmou  do Unacon Sindical e do Fonacate, Rudinei Marques.

Já para o presidente do Sindifisco Nacional, Kléber Cabral, cortar salários nesse momento só vai agravar a crise econômica no país. “Essa crise, provocada pelo coronavírus, está só começando e não vai acabar logo e nem durar para sempre. Porém, existem outras formas de arrecadar recursos nesse momento, como a tributação sobre as grandes fortunas e a criação de uma alíquota adicional para bancos e instituições financeiras”, propôs.

Klenize Fávero, presidente da AACE, relatou que os associados estão muito preocupados com medidas com a MP 927 e as propostas do governo em cortar salários, e questionou se será possível alguma medida judicial. Marques informou que a assessoria jurídica do Fonacate está pronta para atuar, pois a Constituição Federal assegura a irredutibilidade de vencimentos.

O presidente da Anafe e secretário-geral do Fonacate, Marcelino Rodrigues, sugeriu que o Fórum apresente, nos próximos dias, um conjunto de medidas visando ao enfrentamento da crise. A proposta foi prontamente acolhida, e as afiliadas foram instadas a apresentar sugestões, dentro de suas respectivas áreas de atuação, para compilação de estudo que deve ser concluído ao longo do final de semana, para divulgação subsequente.

Com informações: Ascom/Fonacate