Pela segunda semana consecutiva, greve da carreira suspende operações de venda do Tesouro Direto

Paralisação ocorre nesta terça-feira, 1º de outubro

O Unacon Sindical informa que, pela segunda semana consecutiva, a greve da carreira de Finanças e Controle impactará a venda de títulos do Tesouro Direto. Conforme comunicado oficial do Tesouro Nacional, nenhuma transação de venda será realizada nesta terça-feira, 1º de outubro. Em greve desde agosto, os Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle reivindicam a reabertura das negociações com o governo.

A mobilização no Tesouro Nacional afeta programas essenciais do governo, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), o Programa de Financiamento à Exportação (PROEX) e o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO). Na gestão da Dívida Pública, pelo menos três projetos relacionados ao Tesouro Direto foram suspensos, incluindo colaborações com a B3 — a Bolsa de Valores do Brasil — e atrasos em emissões e resgates de títulos vinculados a programas governamentais, como CFT-e do FIES, CFT-B do PROIES, NTN-I do PROEX e CVS no âmbito da novação de dívidas de financiamento habitacional.

Na Controladoria-Geral da União (CGU), a greve resultou na prorrogação de prazos para diversas auditorias, incluindo aquelas ligadas ao programa “CGU Presente”, que fiscaliza iniciativas como o Mais Médicos e o Brasil Sorridente. Também há atrasos nas certificações das Tomadas de Contas Especiais do Poder Executivo Federal, essenciais para identificar prejuízos à administração pública e buscar o ressarcimento de recursos.

O pleito dos servidores pela reabertura das negociações visa a valorização da carreira, que enfrenta alta evasão nos últimos anos. Mais de 35% dos servidores que ingressaram na CGU no último concurso já deixaram a carreira em busca de posições mais valorizadas no Executivo Federal. As principais demandas incluem a manutenção dos níveis atuais da tabela de progressão, a exigência de nível superior para o cargo de Técnico Federal de Finanças e Controle e a correção de assimetrias salariais em relação a outras carreiras de similar complexidade.