Clipping 09 de julho

Após derrota, Dilma teme prejuízo na economia e na eleição

Fonte: Folha de São Paulo

O vexame histórico do Brasil nesta terça-feira (8) acendeu um sinal de alerta no governo Dilma Rousseff, que teme que o mau humor decorrente da derrota para a Alemanha contamine expectativas já não muito favoráveis na economia e tenha reflexos na campanha eleitoral.

Até aqui, Dilma vinha surfando a onda de uma Copa do Mundo sem sobressaltos fora do campo, brilhante dentro dele e com o Brasil, bem ou mal, avançando. Ela atacou “pessimistas” e “urubus”, colocando críticas à organização do Mundial e a baixa expectativa com o futebol da seleção no mesmo balaio.

A primeira reação pública à derrota foi da presidente, que passou o dia enfurnada no Palácio da Alvorada, em sua conta no Twitter: “Assim como todos os brasileiros, estou muito, muito triste com a derrota. Sinto imensamente por todos nós, torcedores, e pelos nossos jogadores”.

Depois ela pediu: “Não vamos nos deixar alquebrar. Brasil, ‘levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima'”.

Na segunda (7), Dilma anunciou que irá à final do Maracanã para a entrega da taça. Até a conclusão desta edição, o plano estava mantido, apesar do clima geral descrito por um integrante do governo: “Estão todos atônitos”.

Apesar da solidariedade inicial, integrantes do governo já defendiam poucos minutos após o jogo uma mudança de rota na associação de sucessos no campo e fora dele. “Descolar da Copa” foi uma das expressões ouvidas no calor do impacto da derrota.

Até aqui, a avaliação do governo era que uma eventual derrota nesta terça seria assimilada como natural. A Alemanha é uma adversária poderosa, e o Brasil estava sem sua maior estrela (Neymar, machucado) e seu capitão (Thiago Silva, suspenso).

Nada, contudo, previa um 7 a 1 no Mineirão. Ao longo do jogo, o discurso de membros da cúpula do governo foi mudando da expectativa de assimilação da derrota para uma genuína preocupação com o efeito do desastre.

Num primeiro momento, além do tal descolamento, a avaliação é que o governo terá de assumir uma linha de defesa da Copa como evento.

Para tanto, serão reforçados os controle na área de segurança. Um revés na última semana do Mundial, ainda mais com a derrota do Brasil, poderia ser fatal ao promover a ideia de um fracasso duplo, esportivo e organizacional.

Além disso, há a preocupação de que voltem as críticas aos gastos feitos para a realização do Mundial, que somam R$ 26 bilhões até aqui.

ARGENTINA
Uma eventual disputa de terceiro lugar contra a Argentina, que nesta quarta (9) enfrenta a Holanda, também é vista com preocupação. Se o Brasil sofrer nova humilhação no sábado (12), o impacto da derrota poderá ser ampliado.

Até o jogo de ontem, o Planalto considerava sua parte cumprida. Como mostrou pesquisa do Datafolha na semana passada, Dilma inclusive angariou dividendos com a aprovação crescente à Copa. A presidente subiu quatro pontos nas intenções de voto, indo de 34% para 38%.

A orientação era expor ao máximo dados positivos, como aeroportos funcionando a contento e movimento de turistas. O PT assumiria a responsabilidade pelos ataques mais inflamados à oposição, na mídia e em redes sociais, aprofundando as críticas feitas por Dilma ao associar os adversários ao pessimismo. Com a derrota, contudo, o plano será reavaliado agora.

 

 

 

Fim de contrato com SBM levaria a perda de US$ 15 bilhões, diz Petrobras

Previsão consta de ofício encaminhado à CGU pela estatal. Empresa holandesa é suspeita de pagamento de propina

A suspensão dos contratos com a empresa holandesa SBM Offshore, fornecedora de plataformas para exploração de petróleo, levariam a uma redução de US$ 15 bilhões no lucro líquido da Petrobras no período 2014 – 2018. A previsão consta de ofício encaminhado pela estatal à Controladoria Geral da União (CGU), que investiga denúncia de que a SBM pagou propina em troca de contratos com a empresa brasileira.

“Em resposta à CGU, a Petrobras informou que os impactos financeiros [da suspensão dos contratos com a SBM Offshore] representariam uma redução de US$ 15 bilhões no lucro líquido no período 2014 – 2018, considerando as variações na produção de óleo, disponibilidade de gás natural, custos operacionais e investimentos”, informou a estatal brasileira em nota.

Além da CGU, o suposto pagamento de propina é investigado por duas CPIs no Congresso. A Petrobras e a própria SBM também conduziram suas apurações e afirmam que não foram encontrados indícios de pagamentos irregulares.

“Cumpre informar que a Petrobras não identificou, até o momento, motivos que levem à interrupção dos atuais contratos assinados com a SBM, nem houve recomendação da CGU neste sentido”, diz a nota encaminhada pela empresa.

 

 

 

Trem da alegria avança na Valec com contratação para cargos comissionados

Estatal desrespeita estatuto e amplia a contratações Empresa atribui processo a programa de privatização

Fonte: Correio Braziliense

Uma onda desenfreada de contratações de comissionados tomou conta da Vale, estatal que se tornou mais conhecida pelo envolvimento em irregularidades do que por sua função básica: a construção de ferrovias. Apesar de o plano de cargos e salários determinar que são necessários apenas 26 postos de livre provimento para atender as necessidades da empresa, a diretoria executiva decidiu implantar um trem da alegria para acomodar apadrinhados políticos e já contratou 170 comissionados.

As limitações para o preenchimento de cargos em comissão foram definidas em documento editado em dezembro de 2012. Um mês depois, porém, a Valec já havia aberto 93 vagas. No ano passado, depois de uma pressão, reduziu o número de comissionados e chamou 260 servidores efetivos, que haviam sido aprovados no último concurso realizado pela companhia. De janeiro a maio de 2014, no entanto, a estatal voltou a nomear apadrinhados. Foram 53 no período, quando sete concursados foram convocados.

Por meio de nota, a estatal afirmou que as nomeações de comissionados acima do previsto em seu estatuto são regulares, e que a criação dos 93 cargos no fim de 2012 fez parte de seu processo de “reestruturação”. Justificou ainda que as contratações decorreram do aumento da carga de trabalho, devido ao programa de concessões de ferrovias à iniciativa privada determinado pela presidente Dilma Rousseff.

Segundo o Ministério do Planejamento, realmente houve necessidade de se reforçar o quadro de pessoal da Valec, devido ao programa de privatização de ferrovias, que, por sinal, está empacado. Mas o órgão responsável pela gestão da folha de pagamento do governo federal assinalou que autorizou somente 29 vagas temporárias para comissionados, além das 26 previstas em estatuto, conforme ofício de 10 de janeiro de 2014.

 

 

 

Votação do relatório da LDO é adiada e Congresso deve ter ‘recesso branco’

Por falta de quórum, análise de documento para ajudar a definir prioridades econômicas do governo foi remarcada para dia 15

Fonte: Estado de São Paulo

Por falta de quórum, a análise do relatório preliminar do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi adiada novamente nesta quarta-feira, 9, e remarcada para a próxima terça, 15. Com mais uma sessão sem quórum para a deliberação, a votação final da LDO até 17 de julho – conforme previsto pela lei – já é dada como impossível, o que deve suspender o recesso formal do Congresso. Dessa forma, os parlamentares devem entrar no chamado “recesso branco” em pleno ano eleitoral.

Regimentalmente, a votação do parecer preliminar da LDO serve para que seja aberto o prazo para apresentação de emendas ao projeto. Depois, o documento final deve ser votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e, em seguida, no plenário do Congresso. Tudo isso até 17 de julho. Mas o próprio presidente da CMO, deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), calcula que o processo de votação da LDO só será concluído em agosto.

A LDO estabelece as prioridades do governo e orienta a elaboração do Orçamento da União. A proposta para o exercício de 2015 prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% em 2014. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, foi estimado em 5,3%. As duas projeções são mais otimistas do que aquelas feitas pelo mercado.