Governo propõe 15,8% de reajuste salarial até 2015

 

A proposta foi considerada insatisfatória pelos grevistas. Mas, os líderes sindicais aceitaram debater ajustes na oferta. Novas negociações foram agendadas para hoje, às 14 h

EVARISTO SA/AFP

Semana chega ao fim com sinalização objetiva do Palácio do Planalto, depois de dias de intensos protestos reivindicatórios, tanto em Brasília quanto em vários estados

 

O Governo federal propôs ontem reajuste salarial de 15,8%, a ser pago até 2015, a 18 setores do serviço público da União, enquadrados no Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) e nas carreiras da previdência, saúde e trabalho (PST).

 A informação foi da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representou os funcionários numa reunião em Brasília com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça.

A proposta foi considerada insatisfatória. Mas, os líderes sindicais aceitaram debater ajustes na oferta. Uma nova rodada de negociações foi agendada para este sábado, às 14 horas. A proposta feita à Condsef é idêntica às já apresentadas aos técnicos administrativos das universidades federais e aos peritos e delegados da Polícia Federal (PF).

De acordo com o secretário-geral da entidade, Josemilton Costa, a oferta não atende à pauta de reivindicações dos 18 setores, que reúnem 500 mil trabalhadores do serviço público federal. Os funcionários pleiteavam equiparação com as carreiras contempladas pela lei 12.277, que trata dos rendimentos de engenheiros, arquitetos, economistas e geólogos dentro do funcionalismo. Segundo Costa, a justificava do Governo para deixar de conceder a equalização são as restrições orçamentárias no momento de crise econômica.

Costa declarou ainda que, apesar da insatisfação com o percentual, foi alcançado um consenso no sentido de incorporar o reajuste aos vencimentos básicos das carreiras, e não às gratificações. Os sindicalistas também querem uma proposta que contemple separadamente servidores de nível superior, técnicos administrativos e auxiliares, no lugar de um aumento linear, como foi proposto.

“Essa reunião pelo menos apontou um caminho. A nossa área técnica vai se reunir com os técnicos deles (do Ministério do Planejamento) para buscar uma proposta que fortaleça o vencimento básico. Vamos buscar o menos pior para os trabalhadores”, garantiu. As categorias representadas na reunião de ontem continuam em greve desde o dia 18 de junho. De acordo com Costa, elas detêm os salários mais baixos do funcionalismo público:

“Quando essa lei (12.277) aumentou os salários de engenheiros, arquitetos e geólogos de 5.900 reais para 10.200, criou um fosso de 78 por cento com relação às demais carreiras. Estamos negociando a equiparação desde 2010”, informou.

Sérgio Mendonça tinha reuniões marcadas com entidades e sindicatos que representam os servidores públicos até a noite de ontem, além de encontros agendados para este sábado. (das agências de notícias)

 E agora

ENTENDA A NOTÍCIA

Apear de insatisfatória para as categorias, pelo que diz o representante da entidade, a proposta deve ser vista como um gesto concreto por parte do Governo Federal para por fim à onda de paralisações nacionais.

Saiba mais

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) não fará mais operações-padrão nos aeroportos, portos e fronteiras do país, após uma decisão do STJ proibir o procedimento.

 A operação-padrão consiste em uma vistoria detalhada da bagagem e dos documentos dos passageiros, que geralmente é feita por amostragem.

Em assembleia, professores da Universidade de Brasília (UnB) decidiram encerrar a greve na instituição, iniciada em 21 de maio. A decisão foi resultado de um placar apertado: 130 a favor do fim da greve, 115 contra e 13 abstenções.