O Conselho de Delegados Sindicais (CDS) deu início à primeira reunião da atual gestão na manhã desta quarta-feira, 15 de abril. Ana Maria Balthar (Unacon-Regio/RJ), Godofredo da Silva Neto (Unacon-Regio-DF) e Iza Mary (Unacon-Regio/AM) foram designados para coordenar os trabalhos. A eleição para presidente e vice será realizada na sexta, 17. Os integrantes da mesa temporária não são candidatos. Maria Lucia Fattorelli, representante da Auditoria Cidadã da Dívida e Roberto Kupski, presidente do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) foram os convidados especiais do dia. O encontro está sendo realizado no Manhattan Plaza Hotel, em Brasília, DF.
A renovação dos delegados Sindicais foi ponto de destaque, na abertura do encontro. “Essa mudança muito nos alegra. Mostra que estamos crescendo enquanto organização sindical. O que fortalece a presença da nossa carreira no cenário político do país, possibilitando lutarmos pelas nossas prerrogativas em posição de igualdade com outras entidades classistas”, afirmou Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical, seguido de rodada de apresentação dos delegados sindicais.
CAMPANHA SALARIAL
Filipe Leão, diretor de finanças do Sindicato, abriu a discussão sobre a Campanha Salarial, o item de pauta mais extenso do dia. O diretor contextualizou o cenário atual, a partir de retrospectiva da articulação feita em 2012. “A conjuntura é parecida, mas não idêntica, com a da última campanha. Tínhamos poucas chances, no entanto, revertemos a intenção inicial de reajuste zero e conquistamos 15,8%, parcelados em três anos. Neste ano, o cenário político-econômico parece mais complexo, portanto precisamos definir bem nossas estratégias de luta”, afirmou. Para Leão, as parcerias estabelecidas com outras entidades foram fundamentais para aquele desfecho.
Para Marques, com determinação e uma mobilização forte dos servidores federais, será possível, no mínimo, estancar as perdas inflacionárias. O Conselho de Delegados deverá definir, até sexta-feira, um calendário próprio de mobilização.
Antônio Edilberto Araújo (Unacon-Regio/CE) sugere ação conjunta com outras carreiras e chama os delegados à responsabilidade de fazer a articulação interna. “Além de somar com o movimento, novas filiações trarão impacto positivo na arrecadação, o que fortalecerá nossa campanha”, reforça.
AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA
Maria Lucia Fattorelli, representante da Auditoria Cidadã da Dívida, trouxe dados alarmantes a respeito da Dívida Pública do país, pela tarde.
A militante revelou que, enquanto 45,11% do Orçamento da União foi destinado ao pagamento de juros e serviços da dívida pública, apenas 3,73% foi destinado à educação.
O levantamento, feito a partir de dados oficiais do governo federal, referentes ao ano de 2014, incomodou os delegados sindicais. Sobretudo, com a omissão dos meios de comunicação. “Não vemos divulgação desse sistema nefasto de apropriação da riqueza nacional. O governo e, consequentemente, a imprensa, evita abordar diretamente esse tema. E, quando o faz, manipula os dados, com a divulgação exclusiva da dívida líquida”, explicou Fattorelli.
A Auditoria Cidadã da Dívida reivindica uma auditoria integral que considere o histórico da dívida pública, desde as origens até às conversões. Para isso, fomenta o debate em Universidades e movimentos sociais e entidades ligadas ao controle e à transparência governamental.
Antes de encerrar sua participação na reunião do Conselho, Fattorelli convocou os delegados a promoverem debates sobre a Auditoria Cidadã da Dívida nos seus respectivos estados.
Ainda à tarde, Roberto Kupski, presidente do Fonacate, saudou os dirigentes sindicais e comentou as principais ações do Fórum comentando o fortalecimento da entidade e as principais ações realizadas no Congresso Nacional, dentre outras.