Na reunião, o secretário Sérgio Mendonça anunciou a proposta oficial: reajuste em três parcelas anuais de 5%,com início em janeiro de 2013, totalizando 15,8% em 2015. Segundo Mendonça, a proposta representa um grande esforço do governo para contemplar, ainda que parcialmente, as reivindicações dos servidores. “Se não houver acordo até o dia 31 de agosto, não encaminharemos a proposta. A condição básica é a de um acordo de longo prazo, que assegure tranquilidade até 2015, pois o governo não quer enfrentar nova crise tão cedo”, disse. “Não estão dentro deste prazo outros assuntos, como os que envolvam, por exemplo, reestruturação de carreiras da CGU, Banco Central e Tesouro Nacional, que poderão ser tratados posteriormente”, complementou.
Em síntese, os dirigentes sindicais manifestaram indignação quanto ao índice apresentado e sugeriram um percentual mais expressivo. Cobraram, também, a recuperação da relação remuneratória de 66% entre o cargo de Técnico e o de Analista, assim como a definição imediata em relação ao reajuste de benefícios, como diárias, auxílio saúde, indenização transporte, dentre outros. Os dirigentes entregaram ao Secretário Mendonça um gráfico demonstrando a corrosão do poder aquisitivo dos últimos anos.Observaram, ainda, que nem a concessão integral dos 15,8% em janeiro de 2013 seria suficiente para corrigir as perdas inflacionárias desde 2008, considerando-se a evolução do IPCA.
“O governo errou. Gerou, sem necessidade, uma onda de greves que trouxe enormes prejuízos à sociedade. Foi com tristeza que inviabilizamos, na CGU, um dos programas mais importantes do governo federal na prevenção e combate à corrupção. Mas tudo isso teria sido evitado se o governo agisse com seriedade na mesa de negociação”, afirmou Rudinei Marques. Quanto à proposta, comentou: “Se tivéssemos um percentual, digamos, de 10%, ficaríamos em dúvida. Mas com 5%, dada a insignificância dos valores em questão, acredito que haverá rejeição. De toda forma, vamos submeter às assembleias”.
Márcia Uchôa foi veemente na cobrança do cumprimento de acordos já firmados: “É fundamental que o governo honre seus acordos. Em 15 de dezembro de 2010, assinamos um compromisso com o então Secretário Duvanier Paiva Ferreira, no qual o governo se comprometeu com a modernização das carreiras, mas até o momento o assunto não foi resolvido, e isso que se tratava de uma pendência de 2008. Ou seja, há quatro anos tentamos resolver questões como denominação dos cargos, redefinição de atribuições e exigência de nível superior para ingresso no cargo de Técnico, mas o governo não demonstra interesse em cumprir seus próprios compromissos”, cobrou a dirigente, que entregou, na oportunidade, cópia do documento aludido ao Secretário Sérgio Mendonça.
Mendonça, para finalizar, disse ainda que o governo não tem intenção de encaminhar nos próximos três anos qualquer projeto de lei ao Congresso Nacional propondo aumento salarial para as carreiras. Afirmou, ainda, que as categorias que não fecharem acordo agora,deverão aguardar até 2013, quando o governo deverá oferecer unicamente a recuperação dos percentuais já implementados a outras carreiras.
Nova reunião foi agendada para sábado, 25 de agosto, às 9h.