Sindicatos preparam Dia de Advertência

Foi realizado em São Paulo, na última quinta-feira, 3, o Dia Nacional de Mobilização organizado pela União das Entidades pela Valorização do Serviço Público. O evento ocorreu no centro da capital paulista, no Hotel Excelsior, a partir das 14h, e contou com mais de 300 participantes. Pelo UNACON Sindical participaram Rudinei Marques, Roberto Kodama, o Delegado Sindical/SP, Sergio Takibayashi, dirigentes de SP e PA, e servidores da CGU-Regional/SP.

As manifestações das lideranças concentraram-se em dois pontos: a necessidade de união para avançar nas negociações salariais, que até o momento não evoluíram, e a importância de fortalecer o Dia Nacional de Advertência, marcado para 9 de maio em todo o país. Roberto Kodama avaliou positivamente o evento, mas considera que a mobilização precisa ganhar corpo para atingir seus objetivos. “Todas as cadeiras estavam ocupadas e havia pessoas em pé. Mas, de maneira geral, os servidores ainda não estão suficientemente mobilizados. Há muito trabalho a fazer para os embates que teremos pela frente”, comentou.


“Esperávamos ver mais pessoas de outros Estados, mas a ideia do evento foi ótima. Os palestrantes foram excelentes e o evento certamente contribuirá para o êxito de nossa luta”, resumiu Maria Tereza de Menezes, da Regional/PA. Em sua fala, Rudinei Marques reafirmou a necessidade de pressão nacional, articulada e conjunta entre as entidades de classe. “Precisamos converter o anseio dos servidores em pauta emergencial do Governo, pois nenhuma proposta salarial foi levada à mesa de negociação até o momento”, afirmou.

Descaso do Governo
Os dirigentes sindicais relataram que têm sido infrutíferas as reuniões realizadas com o Governo Federal que, em 2011, estendeu as conversas até extrapolar os prazos orçamentários e inviabilizar os reajustes para 2012. Nesse mesmo período, as carreiras do Judiciário fizeram grande articulação no Congresso, mas o Planalto manteve-se irredutível e não houve qualquer reposição.

Neste ano, as negociações iniciaram com fortes expectativas de se concluírem até o recesso parlamentar de julho. Precavidos devido à frustração de 2011, os sindicatos têm buscado maior coesão, pois avaliam que isoladamente as chances de êxito são menores.

Dia Nacional de Advertência

Dirigentes nacionais admitem que a Secretaria de Relações de Trabalho/MP dificilmente apresentará uma contraproposta satisfatória nas reuniões da próxima semana. Neste sentido, há consenso da necessidade de dar voz à insatisfação geral dos servidores, o que deve ocorrer no Dia Nacional de Advertência programado para 9 de maio em todo o país. “Sem mobilização, os Servidores estarão sujeitos a amargar reajustes pífios que não irão repor as perdas inflacionárias desde 2008, que poderão se estender até 2016 ou 2017, uma vez que o Governo nega-se terminantemente a proceder à revisão anual dos salários, constitucionalmente prevista”, alerta Sérgio Takibayashi, Delegado Sindical/SP.

José Antônio Galhardo, do UNACON/SP, assim resumiu o evento: “Foi muito gratificante ver a mesa repleta de dirigentes sindicais das várias carreiras de Estado. É importante podermos testemunhar que o alinhamento de discursos não é mera retórica, o que se torna decisivo no enfrentamento de um Governo que se julga imune à pressão. A facilidade com que o Governo vem impondo seus projetos ao Congresso, muitos frontalmente contrários aos interesses dos servidores, do serviço público e do Estado, como o Funpresp, não deixa dúvidas de que não temos outra alternativa senão nos unirmos e mostrarmos a capacidade de resistência, articulação e luta. O momento é de união das carreiras e entre as carreiras, e não de divisão. Portanto, dia 9 de maio participarei dos atos conjuntos programados pelas entidades, e convido a todos os colegas a se integrarem nessa manifestação”.