Atendendo a pedidos, Unacon Sindical disponibiliza palestra sobre saúde mental e uso excessivo de telas

Com o tema “brain rot”, a segunda edição do Capim-Dourado foi um sucesso de público e pode ser assistida integralmente no canal do Sindicato no YouTube

Na última quinta-feira, 5 de junho, o Unacon Sindical promoveu a segunda edição do Capim-Dourado, projeto do Respira 2025 que promove um circuito de palestras com temáticas de saúde mental. A última edição foi apresentada pela psicoterapeuta Lívia Stábile, que abordou o tema “Brain Rot – ansiedade e esgotamento por uso excessivo de tela. Sintomas e soluções”. A palestra, que foi um sucesso de público, já está disponível no canal oficial do Unacon Sindical no YouTube. Acesse no fim da matéria.

Brain rot (literalmente, “apodrecimento cerebral”) foi escolhido como a Palavra do Ano de 2024 pela Oxford University Press. O termo descreve a deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente como resultado do consumo excessivo de conteúdo online trivial ou pouco desafiador.

A palestra foi um convite para entender o que está por trás da sensação de ansiedade constante, falta de foco, insônia e cansaço mental que parecem não ter fim. Stábile falou sobre os impactos do excesso de estímulos digitais no cérebro, como identificar os sinais de alerta e, principalmente, o que fazer para reverter esse quadro.

O que está acontecendo com nossos cérebros

Segundo Stábile, a exposição prolongada e desregulada a telas está gerando uma “intoxicação digital” que afeta diretamente o sistema nervoso. Isso porque o cérebro, em constante estado de alerta diante de estímulos rápidos, começa a perder a capacidade de concentração profunda, memória e regulação emocional.

Entre os sintomas mais comuns do brain rot estão a procrastinação, a sensação de “mente enevoada”, dificuldade para concluir tarefas simples, impulsividade e distúrbios do sono. Além disso, o hábito de consumir conteúdos curtos e fragmentados – como vídeos em redes sociais – pode reduzir a tolerância ao tédio e a capacidade de reflexão.

Por que estamos vivendo isso

A psicoterapeuta destacou que há um ambiente favorável para a perda de saúde mental: demandas excessivas, alta exposição a notificações, constante comparação social nas redes, dificuldade de desconectar e ausência de pausas genuínas. Nesse cenário, o uso da tecnologia passa a ser, ao mesmo tempo, causa e consequência da ansiedade.

“A gente se sente cansado, mas não consegue parar. Se sente ansioso, e corre pra tela para se distrair – o que, por sua vez, aumenta a ansiedade”, explicou Stábile.

Como reverter os efeitos do brain rot

A boa notícia é que há caminhos possíveis para retomar o equilíbrio. Stábile propôs medidas simples e acessíveis que podem ser incorporadas no dia a dia, como:

  • Praticar o que ela chama de “higiene digital”, que inclui silenciar notificações, definir horários para checar redes sociais e evitar o uso de telas antes de dormir;

  • Estabelecer pausas reais no trabalho, longe do celular e de conteúdos estimulantes;

  • Resgatar atividades analógicas, como leitura em papel, caminhadas, artes manuais e escrita;

  • Adotar técnicas de respiração consciente, que ajudam a regular o sistema nervoso e a sair do estado de hiperalerta;

  • Criar uma rotina de sono protegida, com horários consistentes e um ambiente propício ao descanso.

Prevenir é cuidar da mente no presente

Por fim, Stábile lembrou que o objetivo não é demonizar a tecnologia, mas sim desenvolver uma relação mais consciente com ela. “A mente precisa de respiro, de espaços vazios, de silêncio. A saúde mental não se constrói apenas na ausência de sofrimento, mas na presença de hábitos que favorecem o bem-estar”, concluiu.

Assista a palestra: