Empresa de Eike Batista diz que relatório da CGU não comprova fraude

A MMX afirma que os 16 itens do relatório da CGU sobre a concessão da Estrada de Ferro do Amapá não comprovam a existência de fraude. “O relatório é exagerado e sem qualquer tipo de conteúdo”, disse o advogado da empresa, Celso Vilardi. Para ele, o documento fez menção a “vícios de ordem formal”, como a não-anexação de documentos ao edital.

O advogado afirma que os estudos e levantamentos que subsidiaram os dados do edital poderiam ser encontrados na sede da Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Tesouro pelos interessados no processo.


Vilardi também questionou a imparcialidade da CGU –órgão subordinado à Presidência da República– para elaborar o relatório. Ele afirmou que o governo federal é parte interessada no assunto em virtude de a Advocacia Geral da União ter entrado na Justiça reivindicando a posse da ferrovia.

Para o advogado, as investigações deveriam ter sido encaminhadas anteriormente para o STF. Ele diz que não são novas as suspeitas da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sobre o envolvimento do governador Waldez Góes e do deputado federal Jurandil Juarez.

A Folha tentou entrar em contato por telefone quatro vezes com a assessoria de imprensa do governador Waldez Góes (PDT), mas não conseguiu. Foram deixados três recados não respondidos na caixa postal do assessor.

O governo do Amapá sempre negou as irregularidades no processo licitatório. De acordo com a assessoria de Waldez, a licitação foi julgada e aprovada pela Justiça do Estado.

A assessoria do deputado federal Jurandil Juarez (PMDB-AP) informou que ele estava em Tartarugalzinho (269 km de Macapá), incomunicável.

A Anglo American disse que não se manifestaria até o final do dia, porque os questionamentos da Folha teriam que ser encaminhados para a sede da empresa, em Londres.