Servidor vai pagar mais caro por plano de saúde

O aumento no salário dos servidores públicos terá efeitos nos valores cobrados pelo plano de saúde mais popular entre o funcionalismo. A Geap – Fundação de Seguridade Social, que atende a 400 mil funcionários da ativa, além de outros 300 mil dependentes, estuda mudanças no preço-teto das mensalidades, que podem ficar mais caras a partir do ano que vem.

Atualmente os servidores que têm planos do Geap Saúde — 249 mil dos 700 mil beneficiários da Geap — pagam uma mensalidade equivalente a 8% do salário. Mas há valores mínimos, R$ 42 e R$ 150, e máximos, de R$ 166 e R$ 400, a depender se o contrato é individual ou familiar. A principal mudança se daria no teto dos planos familiares, que passariam a custar até R$ 640.

Outra alteração pode criar valores diferentes no teto, a depender do número de dependentes. Assim, aquele máximo de R$ 640 seria para famílias com seis dependentes, por exemplo, enquanto valores como R$ 480 ou R$ 520 passariam a ser cobrados dos clientes com até três e até cinco dependentes. Até aqui são exemplos. Mas as propostas em discussão prevêem até cinco escalonamentos pelo número de dependentes.

“Se for aprovada, será uma mudança justa. Como quase todos os servidores tiveram aumento, o número de pessoas que contribuem com o teto vai aumentar. E em muitos casos isso significa pagar um percentual menor que os 8%, que é a regra geral. Queremos manter o equilíbrio, senão aqueles que ganham mais serão os que pagam proporcionalmente menos”, diz a diretora-executiva da Geap, Regina Parizi.

Para a Geap, esse equilíbrio significa manter em cerca de 20% o número de beneficiários que contribui com o valor máximo. Mas com os reajustes já aprovados, a operadora calcula que a quantidade de servidores que paga o teto aumentaria para perto de 30% do total. Na prática, insiste Parizi, é como se um número maior de pessoas pagasse mensalidades inferiores àqueles 8% do salário.

As modificações fazem parte dos planos da Geap para equilibrar o orçamento de 2009, mas ainda não há uma solução escolhida — há pelo menos cinco propostas em discussão pelo conselho diretor da operadora, que além da própria empresa reúne representantes dos maiores clientes, o INSS, e dos ministérios da Saúde e do Trabalho.

Existem sugestões para que os valores de piso e teto sejam eliminados; para que se defina um novo percentual, no lugar dos 8%; e até para que sejam incorporados ao Geap Saúde os preços do Geap Família, mais caros e oferecidos ao público que não é servidor público. A expectativa é de uma decisão até o final de novembro, à tempo da Geap encaminhar em dezembro a nova configuração financeira para o controle da Agência Nacional de Saúde Suplementar. –> –> –> –>