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Governo garante que projeto de modernização segue para o Congresso hoje

     A reunião do governo com os representantes das carreiras do ciclo de Gestão e Finanças, que aconteceu na manhã de ontem, deixou impressões bem distintas. De um lado, a comemoração pelo encaminhamento da proposta de modernização, que segue para o Congresso Nacional hoje, conforme garantiu o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Duvanier Paiva. Do outro, a frustração pelo anúncio da impossibilidade de reajuste salarial antes de 2013.


     Tanto a modernização quanto a correção salarial são reivindicações das entidades sindicais, que lutam pela valorização dos servidores da CGU, STN, Banco Central, MPOG e IPEA.

     A notícia já era esperada diante das recentes divulgações do governo cerca dos gastos públicos, o que não diminuiu a decepção dos presentes na reunião. O secretário afirmou que para 2012 foram incluídas apenas carreiras que possuíam demandas represadas, ou seja, que tinham um compromisso pendente com o governo e que tiveram seus processos de negociação prejudicados em função do ano eleitoral. Ele acrescentou que essas contempladas não atingiram o nível em que se encontravam no ano passado, sendo que apenas a educação firmou acordo.

     Os representantes sindicais pediram que governo apresentasse algo concreto para ser levado às suas bases, pedindo que fosse feito o possível para que essa discussão fosse trazida para o ano que vem. Segundo o presidente em exercício do UNACON SINDICAL, Carlos Pio, é possível negociar levando em consideração as tabelas apresentadas pelas forças sindicais e pelo governo. “Acredito na capacidade do governo de reverter essa situação e vamos brigar pelo salário, pela reestruturação e pelo que for necessário”, complementa.

     O presidente do SINTBACEN, Antônio Abreu, afirmou que não se pode sair desta discussão sem um acordo, pois seria algo negativo para as carreiras. “Para 2011, já esperávamos que não viesse nada, mas para 2012 é inaceitável”, diz.

     A crise financeira que se anuncia é o principal fator que impede o reajuste, pois, segundo o secretário, apesar do país estar bem mais preparado do que em 2008 é impossível prever a dimensão da crise, mesmo a situação do Brasil sendo positiva, pois não é o mesmo quadro de 2008, quando, mesmo em alerta, houve a possibilidade de negociação.

     O secretário afirmou que de todas as carreiras a de Ciclo de Gestão é a mais organizada, porém todas necessitam de uma constante reorganização. Os presentes pediram que o governo estabelecesse uma agenda de negociação mensal a ser iniciada neste mês de setembro, com término previsto para março do ano que vem, a fim de resolver a questão o mais cedo possível.

     Foi agendada nova reunião para hoje (1º/09) para definir a pauta salarial e a questão da modernização das carreiras.

Ascom/UNACON – 1º/09/2011