Comissão especial não votará projeto sobre empresa de serviços hospitalares

Agência Câmara – 14/09/2011

A reunião foi encerrada, mas os manifestantes continuaram no Plenário 1.
 
     Em razão de intensos protestos, o presidente da comissão especial criada para analisar o Projeto de Lei 1749/11, do Executivo, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), deputado Rogério Carvalho (PT-SE), encaminhou ao Plenário da Câmara a votação do projeto. Com isso, o projeto não será votado na comissão especial.


     Cerca de 150 trabalhadores da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) tiveram acesso ao Plenário 1. Eles gritavam para não votar o projeto, que consideram uma “privatização disfarçada dos hospitais universitários”.

     Em greve há três meses, os trabalhadores consideram a criação de uma empresa para administrar os hospitais universitários uma privatização disfarçada. A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), principal interlocutora do grupo, informou que vai tentar convencer outros deputados da comissão especial que analisa a matéria a votar contra o projeto.
 
     Para ela, o temor de uma privatização se justifica. “Na verdade, é uma empresa pública na sua natureza formal, mas as subsidiárias são privadas. Então, essa natureza híbrida mudará substancialmente e isso poderá acarretar uma priorização de convênios, de relações privadas”, analisou.
 
Modelo híbrido
      O dirigente da Fasubra, Pedro Rosa, afirmou no debate que os hospitais universitários que já adotaram esse modelo híbrido privilegiam o atendimento de pacientes com plano de saúde. “Você imagina hoje, quando já morre muita gente nos corredores de hospitais. Tem gente que passa meses e meses para fazer um exame e não consegue ser atendido. Se você tiver que atender para plano de saúde, vai prorrogar mais ainda o atendimento de quem não tem. É uma experiência que a gente já vive”, relatou.