Ausência de proposta do governo gera tensão em mesa de negociação

 

Ausência de proposta do governo gera tensão na mesa de negociação. A notícia prejudicou o clima da reunião realizada nesta quinta-feira, 14 de maio, com o Fórum dos Servidores Públicos Federais. “Não foi o governo que solicitou a antecipação desta reunião. Ainda estamos realizando estudos”, afirmou Sérgio Mendonça, secretário de relações de trabalho do ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT). Os dirigentes endurecem e confirmam encaminhamento de greves aprovado pelas carreiras. Rudinei Marques e Filipe Leão representaram a Diretoria Executiva Nacional (DEN) no encontro.

 

A rodada estava prevista desde a reunião do dia 29 de abril (relembre aqui), para tratar exclusivamente da pauta negocial (Regulamentação da Convenção 151 da OIT e reajuste de benefícios). Quanto à definição de regras de negociação coletiva no serviço público e direito de greve, o Planejamento convocou o secretário Manoel Messias, do Ministério do Trabalho, para dar explicações. "Messias falou o que todos já sabiam. Comentou detalhes da Convenção 151, das disposições constitucionais quanto à organização sindical e, por fim, das dificuldades na obtenção de consensos. Apresentamos nossas reivindicações e, depois de duas semanas, o governo diz somente que o assunto é complexo. Isso não basta", lamentou Leão.

 

Em relação ao reajuste de benefícios como diárias e adicional deslocamento, congelados desde 2006, o governo sequer se manifestou. O mesmo quanto à indenização transporte. "A única promessa foi a de aprofundar estudos quanto aos valores dos auxílios para creche, alimentação e saúde. É lamentável que as coisas caminhem desse jeito. No Brasil, falta dinheiro para a prestação de serviços públicos de qualidade, mas sobra para a corrupção", disse Marques.    

 

Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) nacional convocada pelo Unacon Sindical, os servidores aprovaram, por unanimidade, o calendário de mobilização para a segunda quinzena de maio. Com reunião marcada para a próxima semana, o Comando Nacional de Mobilização deverá adotar o elemento surpresa para escolha dos dias de paralisação. (relembre aqui e aqui)

 

No dia 7 de maio, o Unacon Sindical abriu a rodada de negociações da Campanha Salarial de 2015 apresentando a pauta de reivindicações da carreira de Finanças e Controle. Além de encaminhar o pedido de reajuste linear para todos os servidores públicos federais, o encontro teve como objetivo apresentar demandas sem impacto financeiro para avaliação do governo. A inconformidade da carreira com a implementação unilateral do ponto eletrônico na Controladoria-Geral da União (CGU) também entrou na pauta. (relembre aqui)

 

APOIO

Nos estados, os servidores se mobilizaram como puderam. Sergio Takibayashi, delegado sindical de São Paulo (Unacon/Regio-SP) mobilizou os servidores em frente ao prédio do Banco Central, no estado. “Enquanto o governo segue nos enrolando, precisamos mostrar que não ficaremos parados. Se não houver pressão, o governo vai ‘cozinhar o galo’”, afirmou.