Avaliações dos dirigentes serão consideradas na tomada de decisão

 

Sérgio Mendonça, secretário de Relações de Trabalho do ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT) recebeu os dirigentes que representam as carreiras do Ciclo de Gestão e do Núcleo Financeiro (CG&NF) na tarde desta terça-feira, 28 de julho. Ainda sem nova proposta – o governo mantém a plurianualidade e os 21,3% em quatro anos –, a reunião terminou sem resposta às pautas específicas apresentadas no início de maio. Rudinei Marques, Márcia Uchôa, Filipe Leão e Júlio Possas representaram a Diretoria Executiva Nacional (DEN) do Unacon Sindical no encontro.

 

Mendonça garantiu que as avaliações dos dirigentes sindicais serão consideradas na tomada de decisão. “A cada reunião extraímos novos elementos para formatar uma eventual nova proposta para o governo ou reafirmar a que já está aí. Este grupo não define, mas influencia na tomada de decisão que está a cargo da junta orçamentária formada pelo Planejamento, Fazenda e Casa Civil”, disse.

 

Atenção diferenciada ao cargo de Técnico de Finanças e Controle, com recomposição da relação remuneratória com o Analistas de Finanças e Controle (AFC) foi requerida pelos membros do Unacon Sindical, assim como outros itens da pauta específica, a exemplo do reajuste emergencial das diárias e indenizações. "Os R$ 224,20, por exemplo, que os servidores recebem a título de diárias nos deslocamentos para Brasília, sequer cobrem os custos de hotel e locomoção. Os servidores acabam tirando dinheiro do próprio bolso para poder trabalhar", afirmou Marques.

 

A falta de resposta às pautas específicas irritou os dirigentes. “A carreira nos cobra um posicionamento mais combativo. A disposição dos servidores em dar início às paralisações é grande. E a tendência é que o clima piore à medida que o dia 21 de agosto de aproxime”, alertou Marques, em relação à falta de contraproposta do governo. “Precisamos de respostas reais em relação às pautas específicas para, então, submeter o pacote fechado de propostas à carreira”, concluiu.

 

Mendonça garante que na próxima reunião, ainda sem data prevista, irá apresentar respostas. “Não é intenção do governo ‘esticar’ as conversas pra deixar tudo pra última hora”, tranquilizou os dirigentes. A próxima reunião com o CG&NF será agendada assim que o Planejamento receber todas as carreiras. A previsão é que as reuniões sejam realizadas até a próxima quarta, 5 de agosto.

 

“O problema não é a plurianualidade”

Para Leão, a resistência dos servidores em aceitar o reajuste proposto pelo governo não está na plurianualidade. Para ele, o que trava o processo de negociação são os índices modestos que não cobrem nem as perdas inflacionárias. “Fato: temos, hoje, entidades mais flexíveis e outras mais resistentes em aceitar o reajuste em quatro anos. No entanto, se o índice das propostas fosse maior, até mesmo as entidades mais resistentes poderiam subscrever o acordo plurianual”, avaliou.

 

O diretor financeiro também criticou a falta de sinalização do governo em apresentar uma melhoria na primeira parcela do reajuste – o governo apresentou uma parcela de 5,5% para janeiro de 2016. “Há plano B? O governo tem, por exemplo, algum estudo do impacto financeiro de uma parcela de 9% em janeiro de 2016? Pois isso já conseguiria destravar uma série de questões”, alertou.