Na CGU, assembleia encaminha pela mobilização interna de servidores


A reforma ministerial em uma suposta mudança de governo preocupa os Analistas (AFC) e Técnicos de Finanças e Controle (TFC) da Controladoria-Geral da União (CGU). Para evitar a possível ameaça ao órgão, será preciso coesão e unidade. Em assembleia geral extraordinária (AGE) realizada na manhã desta terça-feira, 26 de abril, os servidores deliberaram pela mobilização interna da carreira de Finanças e Controle. Rudinei Marques, Márcia Uchôa e Filipe Leão representaram a Diretoria Executiva Nacional (DEN) no encontro. Patrícia Gebrim e Frederico Carlos Janz, delegados sindicais do DF, também acompanharam a reunião transmitida em tempo real para todos os estados.

 

Os servidores estão convencidos de que a situação exigirá um trabalho intenso. As primeiras estratégias de ação foram apresentadas pelos servidores Anjuli Osterne, Fábio Felix e Valdirene Paes. A elaboração da agenda inicial de atividades contou com a contribuição de servidores de todo o país. Contato parlamentar e instalação de Frente permanente de combate à corrupção estão entre as medidas emergenciais, assim como a Petição Pública que defende a CGU como órgão do povo brasileiro, com 770 assinaturas até a publicação dessa matéria (assine aqui). As sugestões apresentadas pelos servidores durante o encontro serão avaliadas. “Temos pouco tempo de ação”, relembrou Marques.

 

“Uma Ponte para o Futuro”, projeto divulgado pelo PMDB, prevê redução de 32 para XX ministérios. Os servidores temem nova ameaça à Controladoria. Em 2015, foram mais de dois meses de esforço concentrado em defesa do caráter ministerial da CGU (relembre aqui). “Depois que essa movimentação passou, a reflexão sobre o papel do órgão ficou estagnada”, criticou Valdirene. A servidora defende a abordagem contínua dessa pauta. “Sem isso, estaremos sempre fragilizados naquilo que a gente faz. Mas sem envolvimento, não conseguiremos levar esse movimento adiante”, alertou.

 

Anjuli reforçou a importância de encarar o momento com seriedade. “Levem essa preocupação para os colegas do seu setor ou coordenação. Sejam multiplicadores das nossas comunicações”, disse.

 

A intenção é que o movimento conquiste o apoio de organizações da sociedade civil como Observatório Social do Brasil (OSB), Instituto de Fiscalização e Controle (IFC), Rede Amarribo, Artigo 19 e DF em Movimento, dentre outras.

 

CAMPANHA SALARIAL


Primeiro item da pauta, a Campanha Salarial abriu a reunião. Marques apresentou breve relato dos desdobramentos das últimas reuniões.

 

Na última sexta, 22, reunião realizada com equipe de servidores do Tesouro resultou na construção de Nota Técnica que confirma estudo apresentado pelo Sindicato, com o impacto negativo das negociações diferenciadas. “Iremos entregar esse documento ainda hoje para os ministérios da Fazenda e do Planejamento”, informou.

 

O levantamento realizado pelo Sindicato aponta que a remuneração dos Auditores Fiscais da Receita pode ultrapassar em até R$ 20 mil a dos níveis iniciais do cargo de Analista de Finanças e Controle (AFC), em janeiro de 201 (leia o estudo aqui).

 

“Nós não estamos operando em um momento de normalidade”, declarou Leão. A título de exemplo, o dirigente recordou a movimentação do Tesouro nas duas últimas semanas (relembre aqui e aqui). “Essa assembleia convocada pelo Sindicato é para dar esse caráter. Logo, devemos incentivar que todos, de alguma forma, possam demonstrar essa insatisfação ainda que no âmbito interno”.

Pela tarde, os dirigentes se reúnem com os servidores do Tesouro. A prioridade do Sindicato é a busca pela unidade das ações da carreira seja pela campanha salarial, seja pela campanha institucional de fortalecimento da CGU. O assunto foi deliberado em reunião realizada no dia 13 de abril (relembre aqui).