“Cortar salários, é acentuar corrida para o fundo do poço”, afirma Bráulio Cerqueira

Em evento promovido pela Fenajufe, o secretário executivo do Unacon Sindical destacou, ainda, que corte, defendido por parlamentares, não representaria 1% do gasto do governo com a crise: “é inócuo”

É ideia não é nova, mas ganhou um novo pretexto: reduzir os salários dos servidores públicos para financiar novas parcelas do auxílio emergencial. A proposta, que tem sido defendida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP), foi tema de debate virtual, promovido pela Fenajufe, nesta quinta-feira, 18 de junho. Durante o evento, o secretário executivo do Unacon Sindical, Bráulio Cerqueira, ressaltou que a medida seria inócua.

“Cortar salários, é acentuar corrida para o fundo do poço. É uma medida ineficiente e injusta, do ponto de vista distributivo”, afirmou ao explicar, que, nesse momento de pandemia, a redução salarial traria impactos desastrosos, ao retirar mais dinheiro da economia, que já sofre com a queda do setor produtivo e aumento do desemprego. Para ele, as medidas têm que vir, justamente na direção contrária, com vistas à sustentação de salários e empregos e resgate das empresas, por meio de investimento público.

Bráulio ressaltou, ainda, que a justificativa de que não há dinheiro para pagar as novas parcelas do auxílio emergencial não se sustenta. “Quem emite R$ 1,2 trilhão para garantir a estabilidade do sistema financeiro, pode arcar com R$ 152,6 bilhões adicionais para os 50 milhões de trabalhadores mais vulneráveis.”

Assista a íntegra do debate abaixo.