Conselho aprova seminário para avaliar impactos do teletrabalho na vida dos servidores e define estratégias para campanha salarial

O evento deve ser promovido no começo de 2022. Dificuldade de conciliar a vida privada e profissional dentro do mesmo ambiente motivou o encaminhamento

A luta por recomposição salarial, o concurso da CGU e os impactos do teletrabalho na vida dos servidores foram os temas abordados pelo Conselho de Delegados Sindicais nesta sexta-feira, 26 de novembro. O encontro, que começou nessa quinta de forma híbrida, por videoconferência e presencial no Hotel Senac Barreira Roxa, em Natal/RN, encerrou hoje com deliberações importantes para a carreira.

O presidente do Unacon, Bráulio Cerqueira, apresentou os números que demostram a perda do poder de compra dos servidores nos últimos anos. De acordo com o Cerqueira, a última negociação salarial, de 2015, foi bem sucedida, porém, o atual cenário político-econômico não é muito favorável. “Sentimos que o governo não está aberto à negociação. Temos vivido diversos ataques contra o funcionalismo. Exemplo disso é a própria reforma administrativa que aponta para uma precarização na forma de contratação, abrindo espaço para as terceirizações. Precisamos estudar bem tudo isso que afeta até nossa própria organização sindical e sentir como será nosso poder de barganha com esse governo.”

Cerqueira registrou ainda que a luta nos próximos anos não envolve somente a pauta salarial, como a questão dos benefícios, e exemplificou que os auxílios saúde e alimentação não são corrigidos desde 2016, o que aponta uma defasagem de 35% até outubro desse ano. Já as diárias não são corrigidas desde 2009. “São tempos de aviltamento salarial que afeta também os aposentados”, concluiu o presidente.

Os membros do CDS sugeriram então estruturar uma comunicação focada nesses itens de perdas para já começar a mobilizar a carreira quanto a campanha salarial. Na ocasião, o secretário-executivo Rudinei Marques complementou reiterando a dificuldade de negociação com o governo, pontuando casos de assédio institucional. “São mais de mil casos documentados pelo assediômetro, diversas denúncias de ingerência governamental. Muita coisa acontecendo contra o servidor nesse governo e num cenário de pandemia. Então, precisamos ser estratégicos para saber qual o momento ideal para colocar o bloco na rua”, alertou Marques.

Filipe Leão, que coordena os trabalhos do CDS, disse que a carreira deve ficar alerta para visualizar essa estratégia de luta por “algum ganho dentro do possível” e pediu que a diretoria já prepare pílulas de comunicação para os servidores.

Outro encaminhamento da reunião foi a realização de um seminário para debater os impactos do home office na vida dos servidores públicos. Representantes do CDS apontaram os desafios do teletrabalho, como a dificuldade de conciliar a vida privada e profissional dentro do mesmo ambiente. O evento deve ser promovido no começo de 2022. Quanto ao concurso da CGU, que contratará 375 novos servidores, o CDS deliberou preparar material para apresentar o sindicato e debater a importância da luta associativa com os novos concursados.

Por fim, o CDS discutiu a criação de uma comissão de reforma estatutária.