Conselho de Delegados Sindicais debate rumos do serviço público e da carreira em 2022

Encontro está sendo realizado de forma híbrida, por videoconferência e presencial no Hotel Senac Barreira Roxa, em Natal/RN

A preocupação com a PEC 23/2021, do calote nos precatórios, os rumos da reforma administrativa (PEC 32/2020) e do cenário político-econômico em 2022 nortearam os debates iniciais da reunião do Conselho de Delegados Sindicais, que começou nesta quinta-feira, 25 de novembro, de forma híbrida, por videoconferência e presencial no Hotel Senac Barreira Roxa, em Natal/RN.

O presidente do Conselho, Felipe Leão, registrou a alegria na retomada dos trabalhos presenciais e em poder ver todos com saúde, e lembrou que, mesmo com as restrições sanitárias, impostas desde 2020 com a pandemia da Covid-19, o Sindicato continuou atuante e agradeceu o empenho e colaboração dos membros do Conselho.

Bráulio Cerqueira, presidente do UNACON, também ressaltou que, mesmo com as restrições sanitárias, os associados e o Sindicato continuaram mobilizados e citou os exemplos dos atos contra a PEC 32 realizados nos aeroportos de Brasília, Rio do Grande do Sul, Ceará, Pernambuco e outros estados .”Não ficamos parados. Na área de comunicação, observamos ainda o aumento do número de inscritos no Boletim Unacon Informa. A base está unida, atuando nas redes, participando dos atos. Mas, sabemos que tem muito desafio pela frente como a volta ao trabalho presencial nos órgãos e precisamos refletir, ainda, como fica a atuação sindical e o serviço público nesse contexto de pandemia.”

Os representantes do colegiado reiteraram a preocupação com as dificuldades de mobilização e a participação nos atos públicos  “Temos que lembrar que a vida não é e não vai ser mais a mesma de antes da covid”, sustentou Elaine Faustino, Diretora de Filiados.

 

ECONOMIA

Em tempos de arrocho salarial e ainda sem perspectivas para a recomposição inflacionária dos servidores, Bráulio disse que 2022 será um ano fundamental para a defesa dos serviços públicos. “As estimativas apontam para um crescimento de 0,7% em 2022. Ou seja,  não vamos ter uma economia robusta e vamos enfrentar desafios como a PEC 32, que posso arriscar que não será votada pelo plenário da Câmara esse ano, e as eleições, para as quais devemos levar essas pautas importante das carreiras de Estado.”

Ainda sobre a PEC 32, o secretário-executivo do Unacon, Rudinei Marques, que também preside o Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate), pontuou como a luta contra a PEC 32/2020, que já dura 15 meses, demonstrou a importância da união entre todas as carreiras. “Esse projeto não foi votado ainda na Câmara porque funcionou e está dando certo a nossa pressão no Congresso. Produzimos diversos estudos técnicos que foram entregues aos parlamentares e denunciamos as falácias de que a máquina é inchada, custa caro e é ineficiente.”

Marques alertou quanto as retrocessos do substitutivo aprovado na Comissão Especial, como “a entrega do serviço público para o exploração econômica, via instrumentos de cooperação, e as contratações temporárias, que podem chegar a 10 anos, inclusive para carreiras de Estado”.

Quanto à PEC 23, Cerqueira pediu que todos acompanhem a tramitação da matéria que está no Senado. Pois, ao contrário do que muitos imaginam, ela afeta não só quem tem decisão judicial a receber, mas pode prejudicar todo o serviço público.

O encontro dos Delegados Sindicais segue até amanhã (sexta-feira), e vai debater ainda o concurso da CGU, a recomposição salarial e outras demandas internas e estatutárias.