Em todo o país, servidores da carreira de Finanças e Controle se mobilizam pela recomposição salarial

Atos públicos realizados nesta terça-feira, 18 de janeiro, marcaram início da campanha salarial 2022

Os servidores da carreira de Finanças e Controle estão mobilizados em prol da recomposição salarial. Nesta terça-feira, 18 de janeiro, foram realizados atos públicos em diversas capitais do país. Em Brasília, a atividade, que contou com a adesão de mais de quarenta categorias, reuniu centenas de pessoas no Banco Central, pela manhã, e, à tarde, no Ministério da Economia.

O presidente do Unacon Sindical, Bráulio Cerqueira, ressaltou que a tentativa de chantagem do governo, que especula com a necessidade de aprovação da reforma administrativa para concessão de reajuste, não tem fundamento.  “A PEC 32/2020 não tem nenhuma estimativa de evolução da folha de pagamento no futuro. A política salarial do governo está dada desde 2019: conceder reajuste para militares e congelar os salários dos servidores civis.”

Os atos públicos contaram, também, com a presença de parlamentares.  A deputada Erika Kokay (PT-DF) pontuou que a valorização dos servidores não é apenas uma pauta corporativa. “Essa pauta dialoga com o pulsar dessa nação. São os servidores e servidoras que constroem as políticas públicas, todos os dias, num Brasil, muitas vezes, invisibilizado.”

“Nós não aceitamos mais os desmandos desse governo contra os servidores, e, principalmente, a falta de uma política salarial clara de recomposição”, afirmou o presidente da Frente Servir Brasil, deputado professor Israel Batista (PV-DF).

DE NORTE A SUL DO PAÍS

Em Belo Horizonte, os servidores se reuniram em frente à sede da Controladoria-Geral da União para demonstrar insatisfação com a política remuneratória. “É preciso unificar a luta de todo o funcionalismo pela correção da defasagem salarial”, concluiu o vice-presidente da delegacia sindical mineira do Unacon, Lincoln Silva.

A delegada sindical do Rio de Janeiro, Ana Balthar, avalia que a mobilização é uma demonstração de força e unidade dos servidores. “Existem momentos que requerem ações para que possamos obter resultados e cobrar do governo respeito por todo nosso trabalho em prol da sociedade. A união dos servidores é o caminho para a construção dessa negociação”. Afirmação corroborada pelo representante catarinense, Mario Célio da Silva: “É hora de mostrar união e força”, atestou.

O vice-presidente da delegacia sindical na Paraíba, Fábio Lima, ressaltou que a recomposição das perdas é urgente, diante da crescente inflação que corrói o poder de compra dos servidores.  “É inaceitável que, ao iniciarmos o quarto ano de um mandato presidencial, o dirigente máximo do país não tenha qualquer iniciativa de reajuste salarial para diminuir as perdas que os servidores públicos estão tendo”. Na mesma linha, Filipe Leão, representante do Unacon Sindical na Bahia, aponta: “Caso o governo Bolsonaro mantenha uma postura intransigente, o movimento só tende a aumentar, prejudicando ainda mais a imagem do presidente em ano eleitoral.”

Em Rondônia, também teve ato público. Servidores da regional deram o recado: sem negociação, a mobilização caminha para greve geral.

Veja na galeria como foram os atos públicos nas capitais (clique na imagem para ampliar).

REPERCUSSÃO NA IMPRENSA

A primeira grande mobilização dos servidores do ano teve ampla repercussão na imprensa, dentro e fora do país. O portal TeleSUR ressaltou que os servidores brasileiros caminham para a greve. A matéria foi publicada em língua espanhola e inglesa.

Ao Correio do Povo, o presidente do Unacon Sindical, pontuou que as categorias acumulam 28% de perdas inflacionárias. “Oitenta por cento dos servidores civis não têm reposição desde 2017”, disse à reportagem.

A isonomia foi defendida pela delegada sindical Ana Balthar. “Estamos reivindicando a reposição das perdas salariais. Se uma carreira vai ter aumento, todas precisam ter”, afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo.

Ao portal Poder 360, Rudinei Marques, secretário executivo do Sindicato, decretou: “O governo está nos empurrando para a paralisação, a única forma de protesto que talvez tenhamos para sermos ouvidos”.

Os próximos passos da mobilização serão divulgados em breve nos canais oficiais do Unacon Sindical. Fique atento!