‘Revoltante’, diz entidade sobre vale-alimentação maior em vez de reajuste

Rudinei Marques defende a necessidade do reajuste salarial "depois de 3 anos e 5 meses de congelamento", especialmente por causa da inflação alta

Após a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) está considerando aumentar o vale-alimentação em vez de dar reajuste salarial de 5% para os servidores públicos, Rudinei Marques, presidente do Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado), chamou a possibilidade de “revoltante”.

Marques defendeu a necessidade do reajuste salarial “depois de 3 anos e 5 meses de congelamento”, especialmente por causa da inflação alta. Em sua visão, o aumento no vale-alimentação, mesmo que fazendo passar de R$ 600, é uma “afronta”, levando em conta o fato de que esse valor só engloba servidores ativos.

“Depois de 3 anos e 5 meses de um congelamento salarial que já levou 35% do poder aquisitivo dos salários, o governo diz que pode reajustar apenas o vale-alimentação? Isso é uma afronta a 1,2 milhão de servidores civis ativos, aposentados e seus pensionistas. É revoltante, sobretudo em relação a aposentados e pensionistas, que não vão ter nem a recomposição desse vale-alimentação, porque não é extensivo a eles”, afirmou.

Nas últimas semanas, diversos setores do funcionalismo público já se expressaram em relação ao ajuste e suas incertezas, organizando movimentações e atos.

A princípio eles estavam insatisfeitos com os 5%. No entanto, segundo o presidente do Fonacate, a possibilidade de só aumentar o vale-alimentação vai “azedar completamente a relação”.

“O governo, com esse gesto, só vai acirrar os ânimos do funcionalismo depois de tantos ataques que já aconteceram ao longo desse período. Essa é a gota d’água, é azedar completamente a relação do governo com o funcionalismo público federal”, argumentou Rudinei Marques.

 

Reajuste ainda é um assunto em aberto

O ajuste salarial para servidores públicos é motivo de polêmica e disputa no governo federal.

Primeiramente, o reajuste seria destinado somente a policiais federais, como havia sido prometido pelo presidente Jair Bolsonaro. No entanto, com greves e reações fortes de outras áreas do funcionalismo público, a proposta estendeu-se para todos os servidores públicos.

Fonte: Economia UOL