Após mobilização dos servidores, governo marca reunião para sexta, 10

Presidente do Unacon Sindical, Bráulio Cerqueira, e o secretário executivo, Rudinei Marques, participaram de ato online realizado nesta terça, 7

O Dia Nacional de Protestos pela recomposição emergencial, realizado nesta terça-feira, 7 de março, terminou com a nova rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente agendada. Depois de desmarcar ontem o encontro para apresentação da contraproposta, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos convocou o Unacon Sindical e demais entidades representativas do Executivo federal para reunião na sexta-feira, 10 de março, às 14h30.  

A data foi marcada por mobilizações para chamar a atenção para a emergência da demanda. No Twitter, as entidades levantaram a hashtag #RecomposiçãoJá, com mensagens sobre a necessidade de recomposição dos salários e de valorização dos servidores. “São 7 anos ou 5 anos, a depender da carreira no Poder Executivo Federal, sem recomposição salarial, mais de 30% de inflação. Temos pressa em virar essa página triste da história recente do serviço público”, afirmou o presidente do Unacon Sindical, Bráulio Cerqueira, no tuitaço. 

À tarde, as entidades, que estariam reunidas na Mesa de Negociação, fizeram um ato de protesto com transmissão ao vivo no YouTube do Fonacate. “Nós perdemos 40% da remuneração, sem falar do aumento das alíquotas previdenciárias. O processo de reconstrução do Estado e do serviço público passa pela revalorização dos servidores. Cabe lembrar que nós não estamos em uma negociação salarial qualquer. Essa é uma negociação que requer celeridade”, reiterou Cerqueira. 

A diretora de Filiados do Sindicato, Elaine Faustino, ressaltou que o cancelamento da reunião não foi bem recebido pela base. “Acabou de se encerrar um governo que prometeu reajuste do auxílio-alimentação e não cumpriu. Prometeu reajuste de 5% nos salários e não cumpriu. Há muita demanda represada. Precisamos de uma resposta, precisamos ser recebidos e precisamos que se abra efetivamente uma negociação.” 

O secretário executivo do Unacon Sindical e presidente do Fonacate, Rudinei Marques, pontuou que a contraproposta das entidades, de 13,5%, ainda pendente de resposta por parte do governo, reporia parte das perdas acumuladas. “Esperávamos que até aqui poderíamos ter chegado a um entendimento, uma vez que o percentual que solicitamos não é tão distante do que foi ofertado e pode ser comportado no Orçamento.” 

Em relação aos benefícios, Marques lembrou que as entidades solicitaram a formalização do compromisso de equiparação dos valores entre os poderes até 2026. “Reconhecemos que houve um esforço para o reajuste do auxílio-alimentação, mas precisamos avançar também nesse ponto. O que pedimos não implica num maior impacto financeiro imediato, pois poderá ser feito ao longo dos quatro anos de governo”, concluiu.