Na tarde desta sexta-feira, o Unacon Sindical participou da segunda reunião do Comitê de Equidade, Diversidade e Inclusão (CEDIN) da Controladoria-Geral da União (CGU). A mesa foi composta pela vice-presidente do Sindicato, Elaine Niehues, pela secretária-executiva da CGU, Eveline Brito, pelo chefe da Assessoria Especial de Participação Social e Diversidade, Fábio Félix, pelo professor Dr. Hélio Santos e pela mediadora e servidora da CGU, Ellen Piedade.
A vice-presidente do Unacon Sindical, Elaine Niehues, abriu a conversa destacando que a defesa dos servidores e da diversidade está no DNA do Sindicato, assim como a luta para que todos se sintam bem-vindos nos espaços. “Estamos aqui para isso. Nosso papel é defender os direitos dos servidores, Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle, mas também ir além, porque não somos apenas nossas profissões. Somos pessoas que precisam ser incluídas. A diversidade é essencial não só porque somos diferentes, mas porque contribui para um ambiente mais respeitoso e saudável. Todos merecem ser valorizados pelo que são, sem medo ou vergonha. E, acima de tudo, todos precisam ser bem tratados dentro desta instituição, porque a CGU é a nossa casa.”
A secretária-executiva Eveline Brito ressaltou o orgulho pelo trabalho do CEDIN, destacando que a CGU foi pioneira na inclusão de trabalhadoras e trabalhadores terceirizados no comitê, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas. “Nossos terceirizados estão aqui todos os dias, lado a lado conosco. É com muito orgulho que fomos pioneiros nessa iniciativa, e entendemos isso como um grande avanço na defesa desses direitos.”
Eveline também mencionou o Plano de Integridade da CGU, que prevê a promoção de um ambiente organizacional ético e íntegro. Segundo ela, essas ações resultam na prevenção e no enfrentamento de situações de violência contra os direitos humanos e do desrespeito no ambiente de trabalho. “Isso não é apenas uma escolha ética, mas um caminho para aprimorar nossas relações e políticas públicas. A CGU é uma instituição de referência, não apenas dentro do governo federal, mas também para estados e municípios.”
O professor Hélio Santos, doutor em Administração pela Universidade de São Paulo e precursor do sistema de cotas para a população negra, destacou que as desigualdades no Brasil são objetivamente mensuráveis e não podem ser tratadas de forma subjetiva. “Os dados são claros, não é invenção. As pautas identitárias são legítimas, democráticas e necessárias, especialmente em um país como o nosso, que lidera os rankings de desigualdade.”
Para ele, a disparidade social no Brasil é alarmante. “Como um país pode estar entre as maiores economias do mundo, possuir órgãos de excelência como o Itamaraty e o Ibama, e, ao mesmo tempo, figurar entre os dez mais desiguais? Essa assimetria se explica porque, entre os países mais ricos, o Brasil é o único de maioria negra. A população negra representa 55,5% do país, e a desigualdade tem cor e gênero. Não é uma opinião, os números escancaram essa realidade.”
Durante a reunião do comitê, o Unacon Sindical reafirmou seu compromisso com a luta pelo fim das desigualdades dentro da carreira, uma pauta fundamental para o Sindicato.