Negociação na Câmara

Correio Braziliense – 02/09/2011
 
     Os servidores públicos vão participar de uma nova rodada de negociações para conseguir reajustes salariais. Embora a maioria tenha encontrado dificuldades nas discussões com o governo federal — a proposta orçamentária de 2012 só prevê R$ 1,66 bilhão para aumentos das remunerações —, a queda de braço se dará em torno das emendas no Congresso Nacional. Pela primeira vez à frente da relatoria do Orçamento da União, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) deixou claro ontem que as portas estão abertas para os pedidos dos servidores.
 
     “Vamos começar aqui, no Legislativo, a nossa parte. Claro que vamos manter o diálogo com o Executivo. Se conseguirmos algum tipo de verba para atender uma ou outra categoria, faremos isso. Caso contrário, vamos contribuir para o entendimento tal como já ocorreu — agora não, mas, daqui a pouco, sim”, disse Chinaglia ao Correio. Ciente de que será necessária a destreza de um equilibrista para fechar as contas do próximo ano, o relator observou que, primeiro, estudará o relatório de receitas, sob responsabilidade do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), para, só então, tomar decisões. “A partir desse relatório, eu e os relatores setorias poderemos trabalhar. Então, hoje, imaginar o que dá para ser feito é impossível.”
 
     Chinaglia disse ainda que vai se orientar pelos mesmos critérios utilizados pelo Executivo para incluir ou não pedidos de reajustes no Orçamento. “Durante os últimos anos, houve melhorias para vários setores. Vamos ver as categorias que tiveram aumentos expressivos e as que não tiveram para estabelecer um grau de prioridade, seja pela função, seja pelo desempenho do setor”, ressaltou.
 
Restrições
      O relator viu com estranheza a decisão do Executivo, revertida ontem no fim do dia, de não incluir no Orçamento o reajuste para servidores e ministros do Poder Judiciário. Além disso, a falta de uma previsão de aumento para os funcionários do Legislativo chamou a atenção. “Todos sabíamos que o texto viria com restrições. O que não sabíamos é que ele não iria prever nada para esses dois Poderes”, disse.
 
     O parlamentar também reconheceu a necessidade de corrigir disparidades salariais entre as categorias nos Três Poderes.