Mais quatro órgãos federais aprovam indicativo de greve

Desde ontem os técnico-administrativos estão ocupando o Departamento de Materiais e Patrimônio da UFRN. Servidores federais querem impedir o repasse de verba do Governo Federal para os municípios.

Além dos servidores federais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que já estão com as atividades paralisadas, os servidores da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Ministério da Saúde, Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Federais) e Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) também aprovaram indicativo de greve para a próxima quarta-feira, dia 8. Entre as atividades programadas estão à paralisação dos serviços realizados na sede do MS como forma de impedir o envio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para os municípios do Estado.

Nesta manhã, os servidores públicos federais em greve realizaram um ato político unificado, em frente à sede do Ministério da Saúde, em Natal, com o objetivo de motivar uma proposta por parte do Governo Federal acerca da pauta de reivindicações da Campanha Salarial de 2012. A atividade segue uma recomendação do Movimento Nacional de Greve, uma vez que o Governo tinha até o dia 31 de julho para apresentar uma proposta real às categorias, o que não aconteceu.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Sintsef/RN), Gizélia Rocha, explica que a luta dos trabalhadores é para que uma proposta seja oferecida e aprovada antes do fechamento do orçamento para 2013, que acontece em agosto. “Estamos lutando por algo que não é mais nem para este ano, mas para o próximo. O Governo não ofereceu proposta para ninguém, apenas para os professores e, mesmo assim, esta não é vantajosa, pois traz melhorias salariais, mas piora a carreira.

Enquanto o Governo toma medidas para beneficiar os empresários, os servidores não recebem nada”, critica Gizélia Rocha, acrescentando que mais de 150 reuniões foram realizadas com o Governo apenas este ano e nada foi definido.

Segundo o diretor do Sindicato dos Servidores Federais em Previdência, Saúde e Trabalho (Sindprevs), Djalter Rodrigues, os servidores do MS em Natal estão pulverizados nas secretarias de Saúde do Estado e Município. Por isso, a única forma de dar visibilidade ao movimento é paralisar a sede do órgão na capital potiguar. “Os recursos do SUS que são destinados aos municípios saem deste prédio. Então, a única forma que temos para dar visibilidade ao nosso movimento é impedir a saída destes recursos. A categoria de servidores do MS é a mais defasada e está sem reajuste há 18 anos”, explica Djalter Rodrigues.

Na próxima semana será realizada uma mobilização geral dos servidores federais contra o Decreto 7777, que autoriza a contratação de ‘fura-greves’ para substituir, sem contrato, os grevistas e contra a medida considerada arbitrária pelas categorias que prevê o corte de ponto dos manifestantes. Segundo Gizélia Rocha, os demais servidores do Estado também serão convidados para participar da mobilização.

Além do aumento linear de 22,08%, entre as reivindicações da categoria de servidores federais estão à definição de data-base (1° de maio), Política Salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações, cumprimento por parte do governo dos acordos e protocolos de intenções firmados; contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores; retirada dos PLP´s, MP´s, Decretos contrários aos interesses dos servidores públicos; paridade e integralidade entre ativos, aposentados e pensionistas; e reajuste dos benefícios.