Servidores já dão sua cota de sacrifício ao atuar contra a pandemia, diz representante da categoria

Declaração do Fonacate, foi em relação ao comentário feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de que não era justo os servidores públicos ficarem em casa com as geladeiras cheias enquanto a população enfrenta os efeitos da pandemia

Os servidores já estão dando sua cota de sacrifício, ao atuar na linha de frente do combate à pandemia, disse o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, em reação às afirmações feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O ministro disse que os servidores públicos deverão ficar um ano e meio sem reajuste salarial.

 

“Servidores públicos na área da saúde, pesquisa, assistência social, segurança pública e outros estão dando o melhor de si neste momento, entregando o que se propuseram quando entraram para o serviço público”, afirmou.

 

O congelamento salarial, apresentado como uma contrapartida na negociação do pacote de ajuda financeira federal aos Estados e municípios, já estava no horizonte desde a aprovação da regra do teto de gastos, informou Marques. “Não há nada de novo, nem mesmo as grosserias do ministro.”

 

O representante dos servidores se referiu ao comentário feito por Guedes, que não é justo os servidores públicos ficarem em casa com as geladeiras cheias enquanto a população enfrenta os efeitos da pandemia. Ele frisou que não é intenção do governo tirar o salário de ninguém. Apenas, “em atenção aos brasileiros”, os servidores ficarão um ano e meio sem aumento.

 

A medida foi apresentada como uma “novidade”, uma contrapartida ao plano de apoio aos entes subnacionais que está em negociação com o Senado.

 

As folhas salariais são os maiores itens das despesas dos Estados. O governo federal resiste em aprovar medidas de auxílio financeiro que abram espaço para aumentar os gastos nessa área.

 

“O fato é que essas falácias não convencem mais, nem mesmo aos economistas ortodoxos que ainda tinham um pingo de confiança nele”, atacou Marques. “Cortar aqui e ali não vai tirar o país desse atoleiro, como estamos vendo desde 2016.”

 

Ele avalia que é hora de propor uma concertação nacional para superar as crises sanitária e econômica. “Jamais para insistir nesse discurso de ódio que só leva ao caos.”