Unacon Sindical subscreve manifesto em defesa da Democracia, da Vida e do Desenvolvimento Social

“É hora de lutar pelo Estado Democrático de Direito, com unidade e responsabilidade”, reza trecho do documento do Fonacate publicado nesta quarta-feira, 3 de junho. Leia na íntegra

 

Manifesto em Defesa da Democracia, da Vida e do Desenvolvimento Social

 

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado – FONACATE, que representa mais de 200 mil servidores públicos que desempenham atribuições imprescindíveis ao Estado brasileiro, diante das reiteradas ameaças ao Estado democrático de direito e da intensificação da crise sanitária, econômica e social no país, vem a público conclamar autoridades e sociedade em geral à unidade na caminhada civilizatória da nação, à luz dos princípios fundamentais insculpidos na Constituição da República Federativa do Brasil.

Se antes da disseminação local da pandemia do Covid-19 a agenda de minimização do Estado e de subtração de direitos trabalhistas e sociais havia levado à pior recuperação econômica já registrada, ao desmonte das políticas públicas, à precarização do mercado de trabalho e, em última análise, ao aumento da pobreza e da desigualdade social, esse quadro se agravou durante a pandemia, sobretudo devido à incapacidade do governo federal em promover a coalisão necessária ao enfrentamento da crise.

Com efeito, a prevalência dos conflitos políticos – intensificados dia a dia por quem deveria atenuá-los – em detrimento da cooperação institucional acrescenta um apagão gerencial ao desmonte das políticas públicas. O governo federal, o único capaz de compensar a queda da arrecadação com financiamento monetário ou endividamento, reluta em auxiliar a população e as empresas em razão do apego ao ideário já nocivo do ultraliberalismo. Como resultado, o desemprego poderá atingir mais de 20 milhões de pessoas e o país corre o risco de se tornar campeão mundial de óbitos na pandemia devido à insuficiência e inépcia da resposta governamental à crise.

Enquanto isso, grupos minoritários, mas com respaldo de autoridades, vêm cada vez mais se sentindo à vontade para sair às ruas em ameaça àqueles com posições ideológicas e políticas distintas, em defesa do fechamento do regime político, em afronta ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional, contra governadores e prefeitos os mais diversos, contra a liberdade de imprensa. À crise sanitária, econômica social e institucional, soma-se a crise democrática, moral e cognitiva insuflada por fakenews.

Nesse momento crítico do país, o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado vem a público para:

a) assinalar, mais uma vez, o caráter recessivo, regressivo, e anti-nacional da agenda de reformas ultraliberais de subtração de direitos e de destruição das políticas públicas; Enquanto isso, grupos minoritários, mas com respaldo de autoridades, vêm cada vez mais se sentindo à vontade para sair às ruas em ameaça àqueles com posições ideológicas e políticas distintas, em defesa do fechamento do regime político, em afronta ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional, contra governadores e prefeitos os mais diversos, contra a liberdade de imprensa. À crise sanitária, econômica social e institucional, soma-se a crise democrática, moral e cognitiva insuflada por fakenews.

b) defender a ampliação imediata do gasto público na proporção das necessidades da população e das empresas em dificuldades, por exemplo, elevando valores e prazos do auxílio emergencial;

c) postular revisão, no pós calamidade, das regras fiscais brasileiras, a começar pela reforma do teto de gastos que impede que os investimentos em saúde e educação acompanhem o crescimento da população;

d) unir-se à mobilização nacional, suprapartidária, em defesa da democracia e dos valores civilizatórios.

 

É hora de lutar pelo Estado Democrático de Direito, com unidade e responsabilidade.

 

Brasília, 3 de junho de 2020

 

MANIFESTO PELA DEMOCRACIA