Paraná destaca greve da CGU

Servidores da CGU estão paralisados
Os servidores da Controladoria Geral da União (CGU) do Paraná e de vários outros estados estão em greve desde a última sexta-feira. Eles querem equiparação salarial com os trabalhadores da Receita Federal (RF), mas o aumento oferecido pelo governo federal ficou aquém do esperado. Hoje, a categoria apresenta uma contraproposta ao Ministério do Planejamento. Os servidores da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que fica em Brasília, também estão com os braços cruzados.

Segundo o presidente regional da União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon), Adalto Erdmann de Almeida, antes do governo do presidente Fernando Collor de Mello, os trabalhadores da CGU e da STN ganhavam salários iguais aos dos servidores da Receita. Mas houve uma reestruturação de salários e as duas categorias saíram perdendo.


Ele explica que o salário inicial da Receita Federal é de R$ 7,1 mil e a proposta apresentada aos técnicos de finanças de controle da CGU e STN – que têm nível de carreira compatível – é R$ 4,8 mil. Hoje esses servidores recebem R$ 3,9 mil.

A diferença entre a categoria de analistas e auditores da receita também é grande. Na Receita, o salário inicial é de R$ 12,6 mil e a proposta para a CGU e STN é de R$ 9,9 mil. O salário atual é de R$ 8,5 mil. Adalto diz que os servidores não aceitaram o aumento proposto pelo governo. Hoje eles devem discutir uma contra-proposta. Afirma que não querem a equiparação de uma vez só, podendo ser escalonada até 2010.

Segundo ele, servidores da CGU de 14 estados já cruzaram os braços. Os efeitos da greve não devem demorar a ser percebidos. Ele diz que, com os trabalhadores da STN parados, haverá atraso no repasse de verbas federais para estados e municípios, inclusive para obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Mas os efeitos não param por aí. Adalto diz que a CGU tem a responsabilidade de fiscalizar as verbas oriundas do governo federal. Inclui dinheiro destinado aos estados e aos municípios, de programas como o Bolsa Família, e até o aplicado em instituições como a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Todo ano é elaborado um plano de fiscalização e também são feitas fiscalizações por meio de sorteio, além de apurar denúncias. As auditorias são encaminhadas para o Tribunal de Contas da União, Polícia Federal e Ministério Público Federal, se for o caso. Mas se não houver acordo entre governo e servidores, esse trabalho deve ficar parado.